3 de abril de 2008
A fotografia
Sempre passei mal com as idas ao fotógrafo. Os olhos, demasiado claros, rebentavam a chorar com a intensidade dos projectores e não ficava nada bem, criança com ar torturado na fotografia. Mas era assim.
Agora essas lojas tendem a desaparecer. As fotografias nos escaparates ficam rosadas ou acastanhadas com o tempo e as pessoas como que congeladas na hora x da vida delas.
As noivas, as primeiras comunhões, as fitas, os fardados, os barbudos, as crianças.
Não passo por uma montra destas, que não fique a pensar no que lhes aconteceu. Que casamentos continuam, se são felizes, o que é feito deles. Estes sorrisos criogenados preocupam-me. Quem gostaria de ser cristalizado assim?
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