19 de março de 2008
a semana santa em braga
a semana santa em braga é um assunto sério.
ou, pelo menos, os bracarenses levam-na a sério.
seja por imagem turística ou real fé (neste momento acho que cada vez mais a primeira hipótese), por esta altura a augusta bracara veste-se de roxo.
imbuído desse espírito peregrino e penitente fiz a minha via sacra bracarense, embora com bem menos estações que a via dolorosa do outro, que não sou adepto do bondage.
a primeira estação (não, não foi a de ter sido condenado à morte...) é uma paragem a comprar uma 'frigideira', que é coisa que qualquer visitante deverá fazer uma vez na vida, sendo que tão boa massa folhada ficaria muitíssimo melhor com um outro recheio que não fosse carne picada.
mas enfim, nada é perfeito. nem mesmo as célebres frigideiras de braga.
a segunda estação ao contrário do outro que começava aí a carregar a cruz, é um café no 'vianna'. o 'meu' café em braga desde sempre. vá-se lá saber porquê....
talvez pelas deliciosamente elegantes mesas arte nova ainda com tampo de mármore.
a terceira estação quase corresponde a 'o dito cai pela primeira vez':
queria comprar bilhete para um concerto no teatro circo e estava fechado... azares de visitante.
quarta estação: este vosso amigo encontra, não a sua mãe, mas o novíssimo restaurante japonês que enobrece braga.
guiado pela sapiência gastronómica da marta (a nobre proprietária, que manda cumprimentos para a nossa maria), faço uma via sacra de excelentes e variados sabores.
um local indispensável a visitar em braga!!!
a ele voltarei um dia destes que na semana santa é pecado falar de gulas.
quinta estação (não, ninguém me ajudou a carregar a cruz...): a sé de braga e o tradicional concerto da terça feira da paixão.
um programa aliciante: 'ein deutsches requiem, de brahms pela ensemble orquestral do porto, jorge vaz de carvalho, carla caramujo e o coro da sé do porto.
a sé abarrotava de gente.
começa a função e a coisa promete.
o problema é que se começa a notar uma espécie de incompatibilidade conjugal entre a orquestra e o coro (talvez este não ouvisse bem aquela) e tinhamos a sensação de estar a ver um casal árabe em que a mulher vai sempre um passo atrás do homem, sendo que o homem aqui era a orquestra e a mulher o coro.
depois havia aquelas notas prolongadas em que eram uma espécie de queda deslizante com recuperação a meio...
para acabar com um acorde determinante em que orquestra e coro deviam ser absolutamente síncronos e tinha-se a mesma sensação que temos quando vemos alguém a jogar à bola ao longe: a bola cai.. e de seguida vem o som.
salve-se o som da orquestra, as vozes dos solistas (jorge vaz de carvalho absolutamente magnífico) e o facto de, com tanta gente e com tantos panos na sé, o som ser absolutamente aceitável e quase sem ecos, que para a música romântica são meio caminho para a pastelice.
podia ser pior.
a ultima estação da noite foi o excelente tempo que se fez sentir à saida.
Restaurante: Rua do Forno nº17, Braga (ao pé da Sé)
telefone 253040346
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