22 de outubro de 2007

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Para o vizinho aqui do lado e por falar em água,

"Sempre que os sinos tangiam a rebate, anunciando aterradoramente o início de um incêndio, os soldados dos regimentos do Cais ou de Âlcantara montavam a cavalo e seguiam para o Terreiro do Paço dando pranchadas em quantos homens encontravam pelas ruas em véstia ou em capote, mesmo bem trajados, levando-os à sua frente para auxiliarem os trabalhos de extinção.
No Terreiro do Paço - onde estavam armadas as louceiras - tomavam conta de todo o vasilhame de barro, entregando-o depois ao povo que o conduzia para os chafarizes mais próximos. (...)
Conta-nos Francisco Coelho de Figueiredo que as louceiras se erguiam imediatamente gritando que não lhes tirassem as quartas nem quebrassem a louça. Nada mais natural. Mas o povo não as ouvia e, muito menos, lhes respeitava os clamores a soldadesca ignara(...) era vulgar ainda, segundo o mesmo escritor, suceder casos de suborno no momento em que os soldados obrigavam o povo a segui-los para os trabalhos violentos de extinção de labaredas e da condução das quartas. Alguns dos apanhados , os mais snobs e comodistas, tentavam escapulir-se, fugindo ou escondendo-se, e aquele que não o podia conseguir procurava safar-se a troco de alguns vinténs que oferecia aos soldados a quem se devia um ano de soldo e muitos de fardamento.

A resposta era logo pronta: bota na bota."

in Lisboa e os seus serviços de Incêndio, Ferreira de Andrade

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