7 de setembro de 2007

o biodiesel e a alimentação dos povos

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sendo ateu, tive uma educação muito católica que me ensinou a não brincar com a comida e muito menos a estragá-la, naquele princípio cristão de que o pão (o alimento) é sagrado.


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nos últimos tempos a queima de produtos alimentares para produção de biodiesel tem aumentado exponencialmente.
o resultado é que o trigo aumentou mais de 100% em pouco mais de um ano, a colza (elemento determinante para a produção de óleos alimentares) subiu quase 100% no mesmo período, a soja disparou para preços proibitivos, o trigo seguiu-lhe os passos e a cevada idem.

poderíamos continuar por aqui em tudo o que são produtos alimentares de primeira necessidade.
os produtores de farinhas e de óleos alimentares têm vindo a aumentar os seus preços e prometem novos aumentos de 2 dígitos a muito breve prazo.
os aumentos em flecha destes produtos fazem com que os produtores de outros bens alimentares os larguem para se dedicarem aos novos e lucrativos bens que alimentam os fornos das fábricas de biodiesel.
o resultado é o aumento generalizado de todos os produtos alimentares agrícolas.

o que se passa com a utilização de alimentos de primeira necessidade para a produção de combustíveis e criminoso !!!
é literalmente tirar da boca dos pobres para meter nos motores dos ricos.

são as próprias reservas mundiais destes alimentos que se estão a esvair para (literalmente) queimar nas estradas.
o alimento queimado para encher um depósito de automóvel, alimentava uma pessoa durante um ano.
são os pobres que têm a base da sua alimentação na farinha e nos seus derivados.
e são os pobres que hoje pagam a farinha ao dobro do preço que pagavam há bem pouco tempo para os americanos (e cada vez mais em todo o lado) continuarem a conduzir os potentes suv's que consomem quase 20 litros aos 100.

no meio disto há uns bandos de atrasados mentais que acham que o problema está nos milhos trangénicos (o milho hibrido que hoje tanto defendem e tão acerrimamente, já sofreu destes mesmo ataques no passado) e não na queima de alimentos que obriga a produções massivas a preços proibitivos.

porque é aí que está a questão.
a enorme procura exige enorme produção.


e infelizmente não é para matar a fome a ninguém.

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