6 de agosto de 2007

o 'efficient consumer response' lusitano em época de crise.

os caracteres chineses para a palavra 'crise' são a junção de dois caracteres que significam, cada um deles, 'perigo' e 'oportunidade'.

numa altura em que as guerras pelas quotas de mercado no retalho estão mais acesas que nunca, a criatividade portuguesa consegue continuar a manter os comerciantes independentes vivos.
se os hipers se multiplicam como cogumelos, ou os discounts crescem como praga de lagostins de rio, há que ir ao encontro do consumidor.
e o ir ao encontro é mesmo no seu sentido mais literal do termo: à porta da sua casa.

como os grupos de 'agit-prop' que conseguiam, com pouquíssimos recursos e imensa mobilidade, estar em quase todo o lado em muito pouco tempo, ou o mito da vitória de henrique V na batalha de agincourt contra exército de carlos VI (a verdade está bem longe do mito que o rei henrique V criou e shakespeare imortalizou... mas eu falo aqui do mito, do mesmo modo que mitos são algumas quotas de mercado que se fazem por amostragem e erro, principalmente por erro...).

este é um exemplo de agit.prop aplicado à resistência contra a grande distribuição :
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uma pequena 'carrinha' com abertura pela rectaguarda e dois lineares longitudinais.
'cardex' mínimo, mas com o indispensável; custos fixos reduzidos; pessoal com múltiplas funções; preços competitivos e, acima de tudo, serviço pestado.

como não teriam coragem de dizer os teóricos do 'ecr', isto sim é a resposta eficiente ao consumo: corte de tudo o que é acessório e colocação de todos os benefícios na mão do consumidor.

e não estamos a falar dos herdeiros dos almocreves das aldeias: esta foto foi tirada hoje em frente ao restaurante onde comi nos olivais.
a umas escassas centenas de metros do parque das nações... a umas escassas centenas de metros da sede da presidência portuguesa da comunidade europeia.

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