"É terça-feira
e a feira da ladra
fica enfim quieta
e abandonada
e a rapariga
deixou no chão um lamento
que se ergue e gira
e roda com o vento
e rodopia
e navega
e joga à cabra-cega
é de nós todos
e a ninguém se entrega
É terça-feira
e das cinzas talvez
amanhã que é quarta-feira
haja fogo outra vez
o coração
é incapaz
de dizer
"tanto faz"
parte p'ra guerra
com os olhos na paz"
Todas as canções e músicas são consentidas na Feira da Ladra menos essa. Os turistas apressam-se. Os vendedores trocam manhas. Um diz a outro " Só esta maçã não vou vender como velharia, o resto sim".
Tive tristezas: fecharam o mercado de Santa Clara. Porquê não sei. A Feira não está melhor. Ou então é aquela nostalgia de infância e a memória de ser um must. A única coisa que continua mais barata são os livros, apesar de os irmos encontrar na CashLand a metade do preço. Continua a reinar a absoluta confusão entre velharia e antiguidade.
Só o Super-Mário escapa.
(alterada a citação às 21:33)
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