A Buraca é um pequeno bairro mesmo na junção de Lisboa com a Amadora. Com o atenuar das fronteiras locais fica-se sempre com a dúvida metódica sobre se o sítio existe mesmo, ou se é uma espécie de junta, como as da ponte sobre o Tejo, que permite que Lisboa e Amadora, mais precisamente a Damaia, convivam sem atrito. Mas a Buraca existe, sim. Passei lá horas, em casa de um colega do liceu, a ouvir discos do Elton John, Emerson Lake and Palmer, e coisas assim. Ah, e o pai dele tinha um gravador Akai de bobinas que era um espanto. Mas isso são outras músicas.
Passando pela Buraca outro dia, a contas com um par de pneus para o carro, pequeno-almocei na Pastelaria Portugal. Como diria o José Quitério, serviço atencioso e esforçado, bom galão de máquina e boa sanduíche de fiambre.
O interessante do sítio, contudo, é algo pouco visto entre nós: o nome não é uma mera tabuleta. No interior, diversos elementos remetem-nos para o conceito algo em baixa de pátria.
Ignoro se a decoração terá sido resultado de um arroubo nacionalista associado ao europeu da bola, mas suspeito que não. A verdade é que se estava bem ali, e um bocadinho de orgulho no que temos não nos faz mal nenhum. Precisamos de mais cafés assim.
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