2 de março de 2007

francisco alves gouveia, as estamparias, os olivais e a viscondessa dos ditos

francisco alves gouveia foi um daqueles industriais esclarecidos e preocupados socialmente que, felizmente, lisboa teve muitos no final do século 19.

como reflexo das ideias liberais adicionado ao começo da influência dos ideais republicanos e socialistas muitos dos industriais e comerciantes de lisboa começaram a dar aos seus trabalhadores condições de habitabilidade que estes desconheciam até então.

se as vilas da graça são sobejamente conhecidas, muitas outras se construiram pela lisboa desses tempos (até em queluz, bem ao lado do que resta das antigas vivendas burguesas do parque central ainda estão os restos da 'vila operária').

uma das menos conhecidas, até pelas características arquitectónicas, é a 'vila operária' que francisco alves gouveia mandou edificar nos olivais.

na sequencia da lei de 1863 que acabou com os morgadios, grande parte das quintas dos arredores de lisboa foram ocupadas pela industria nascente,

no ano de 1874, francisco alves gouveia inaugura na rua das casas novas a sua 'fabrica de estamparias'
Image Hosted by ImageShack.us


esta fábrica alterou por completo o aspecto dos olivais.

passado poucos anos, esta fábrica já empregava centenas de operários.

situana no coração da freguesia, a rua, cuja contrução se concluiu já no começo do século 20, tinha numa extremidade a igreja paroquial e na outra a fábrica de estamparia.
Image Hosted by ImageShack.us
ao meio, a casa do industrial.
Image Hosted by ImageShack.us
desde uma ponta da rua até ao adro da igreja, onde também mandou edificar o maior edifício da zona, francisco alves gouveia construiu uma vila operária aberta que ficava junto à parte mais nobre da freguesia, virada de frente para a porta principal e adro da igreja.

Image Hosted by ImageShack.us
Image Hosted by ImageShack.us
as casas, de renda económica, trouxeram para os olivais todas aquelas familias de trabalhadores, dando assim vida ao nucleo central da localidade.

nas costas da igreja, situava-se o rossio.

francisco alves gouveia patrocina a construção do chafariz, do coreto (onde a filarmónica capricho olivalense abrilhantava os bailes de domingo) e do mictório que ainda hoje ali estão

Image Hosted by ImageShack.us

concorrendo de algum modo com francisco alves gouveia, a viscondessa dos olivais, que ali morava num palacete, promove a construção dum asilo para crianças (penso ser a origem da actual fundação d. pedro IV, agora famosa por razões pouco abonatórias e que ali tem a sede), mudando a designação de largo do rossio para praça viscondessa dos olivais em homenagem à dita benemerita senhora (a antiga rua das casas novas e depois rua da fábrica, também se passou a chamar rua alves gouveia )

9 comentários:

Anónimo disse...

Muito interessante e, o que conta a história acerca dos dias que voaram desde o auge da fábrica de estamparia do avô do Francisco até ao fim do século XX?

carlos disse...

caro anónimo,
essa parte ficou por averiguar.
a ela espero ainda voltar em breve.
mas estavmos abertos a ajudas...

:)

rauluis disse...

Durante 10 anos (1948 a 1958)
Fui empregado na Estamparia
Francisco Alves Gouveia nessa altura eram proprietarios
Carlos Alves Gouveia e Raul Salgado

vmos disse...

Conheço a zona ha mais de 40 anos e nao conhecia a historia embora tivesse conhecido o Sr. Gouveia,nao imaginava que tudo aquilo era obra do Sr. que era(ou e,nao sei) extremamente simpatico e educadissimo.

Portuguesinha disse...

Dos (realmente) bons/beneméritos(?) reza pouco a história...

Portuguesinha disse...

Dos (realmente) bons/beneméritos (?) reza pouca a história...

A memória...

A ignorância...

Somos pó. Todos.

Unknown disse...

este sr, que tive a honra conhecer pessoalmente,educadissimo,foi rotulado de ladrao a seguir a abrilada pela escumalha comuna...

Unknown disse...

mas nao foi ele que ROUBOU as letras de bronze que diziam PONTE SALAZAR foram outros ladoes,deu em direto na tv esse saque...

HCC disse...

Tu consegues,
Assim tu queiras

(alguém se lembra desta frase? Era o monstro das cardas que a dizia!)