2 de fevereiro de 2007

um dia, há alguns anos

estava eu a sair da grand central, vindo de armonk, como todos os dias, quando uma jovem beata wasp (white anglo-saxon protestant) se aproxima de mim com um folheto recheado de fotos de fetos e outras imagens ainda mais indizíveis e indiscritíveis.
olhei para o papel na mão da jovem senhora e, recusando amigavelmente, comentei o mau gosto da estética escolhida.
de seguida, o jovem que a acompanhava começa a falar de deus e dos apóstolos, ao que retorqui que era ateu e que dispensava uma discussão sobre o tema àquela hora.

de repente, tinha um bando de jovens de volta de mim com ar inquisitorial, folhetos de fetos e pagelas de santos na mão a procurar-me convencer de não sei de quê, mas algo parecido com as penas do inferno.

contra minha vontade, mas porque tinha o caminho visivelmente barrado, discuti sobre fé, abortos, penas de morte e direitos cívicos durante mais de meia hora
até que, estranha e instantâneamente, a primeira jovem senhora olha para mim e começa a dizer que eu estava verde (não sei como souberam que eu sou do sporting) de raiva e angústia e que que destilava ódio e blasfémias.
e pior que tudo isso, o fazia sem uma mínima ponta de irritação visivel.
era o diabo em pessoa.
só podia

largaram-me, citando versiculos da biblia, implorando ao deus perdão pela proximidade de tal espécime e lá foram para a banca pejada de panfletos acéfalos.


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nunca uma chegada á mais bela estação de comboios que já tive o prazer de cruzar se tornou tao incomodativa.

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