7 de junho de 2006

que escola queremos para os nossos filhos? ou de como eu acho que deve haver responsabilização para todos os lados

este texto já aqui foi publicado em setembro de 2004.
tal como eu acho que os professores devem ser avaliados, também acho que os pais devem fazer muito mais do que fazem pela educação dos seus filhos e que têm obrigações perante a escola e os professores

durante muitos anos, habituamo-nos a olhar para a escola como uma espécie de ‘depósito’ onde entregamos os filhos ás 8 da manhã... e de ontem regressam pelo fim da tarde.

o que lá se passa é um assunto interno entre a aquela instituição e os nossos filhos, no qual não nos metemos. nem devemos

a escola tem por obrigação ensinar, educar e devolver limpo e tratado.

a ideia de participar nesse acto educativo através de uma actuação concertada com a escola, ajudando nas tarefas complementares de educação, na busca de soluções para uma melhor compreensão dos programas escolares, no apoio a tornar a escola um local mais atractivo e atraente que faça os nossos filhos sentirem-se bem nela mesmo para além do horário escolar obrigatório.. é uma coisa absolutamente chata e irritante que nos impede de ver o jogo do sporting, o final da novela, ou o ultimo dislate do senhor presidente do governo regional da madeira (infelizmente os monty phyton já acabaram, o que tornaria inutil o sr. alberto).

não podemos achar que uns senhores (ou senhoras, para o caso é irrelevante...) que recebem no começo de outubro um punhado de adolescentes, cada um com o seu passado, a sua formação, a sua cultura, os transformem por acção mágica e sólitária, num grupo de educados e cultos rapazes e raparigas.

a ideia peregrina que faz com que tenhamos a atitude de: “eu pago os meus impostos, eles têm que me educar os filhos porque eu não tenho tempo” é tão abstronça como perigosa...
quem tem que educar os nossos filhos somos nós.
mais ninguém tem essa obrigação.
é por isso, e por não termos todo o tempo do mundo, nem toda a informação para disponibilizar, que temos que nos socorrer de uns quantos tipos que fazem disso profissão, e estão autorizados a escreverem um papel no final a dizer que as crianças aprenderam o que lhes ensinaram.
mas isso não releva a nossa obrigação de educar os nossos filhos.
aqueles tipos (os professores) são nossos auxiliares nessa tarefa.
mas a tarefa é nossa.
é pois, por isso, absolutamente indispensável que o tempo dispensado com os nossos filhos tenha mais qualidade. Não precisa ser (provavelmente) mais, precisa de ser melhor.
precisamos de ir á escola a chatear aqueles tipos (os professores) para saber o que estão a ensinar; que ajuda precisam; o que podemos fazer em casa e como o devemos fazer.
precisamos de alterar a nossa aitude perante os nossos filhos e não achar que se eles tratam a escola de forma displicente, talvez não seja por serem sobredotados, ou hiper-activos... pode ser apenas por serem mal educados.. por nós
precisamos de encontrar formas de motivar os nossos filhos a lerem um livro como um objecto de prazer e não como um instrumento de tortura (e é seguramente mais fácil para nós que só temos um ou dois filhos, que para o professor que tem 30 alunos).
precisamos de educar os nossos filhos a pesquisarem, porque é a melhor forma de aprender.
precisamos de fazer com os nossos filhos sintam prazer em saber.
para isso precisamos de nos educar a nós também.
e um bom método... é fazê-lo conjuntamente com os nossos filhos.
ajuda-nos a nós e a eles.

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