O Brasil tem um hino à sua bandeira. Os primeiros versos talves sejam suportáveis: "Salve lindo pendão da esperança / Salve símbolo augusto da paz / Tua nobre presença a lembrança / Da grandeza da pátria nos traz". O resto desanda para menções ao nosso, dos brasileiros, peito juvenil, e etc. Não é feio; mas, enfim. Nos tempos da nossa ditadura, 1964-1984, tínhamos todas as sextas-feiras de cantá-lo, na escola. Era sempre o Hino Nacional (o velho e bom Virundum) e outro; às vezes o da Bandeira, às vezes o da Independência. Ou todos os três, se as turmas andassem falhando na disciplina. (O Hino da Independência, escrito por Dom Pedro, primeiro nosso, quarto de vocês, começa com aquele verso célebre, "Já podeis da pátria filhos", que todo mundo canta como "Japonês tem quatro filhos").
Até há algum tempo, era terminantemente proibido usar-se a bandeira para qualquer outra coisa que não fosse... bem, a própria bandeira. Dava cadeia usá-la para fazer uma camiseta ou uma bandana; rasgá-la, cuspi-la, maculá-la de algum modo era como um crime de lesa-pátria. Havia um tipo penal para vilipêndio aos símbolos nacionais. Não sei se ainda é assim; creio que não, porque já vi gravatas e biquínis feitos com ela. Mas é possível que nisso, como em tantas outras coisas, andemos relaxados.
Curioso notar que as cores da bandeira brasileira mantêm a lembrança da nobreza européia. O verde dela, por exemplo, é a cor da Casa de Bragança; o amarelo, se não me falha a memória, é a da Casa de Habsburgo. Quando da assunção da República, trocaram a esfera armilar lusitana pelo céu estrelado; e nossa divisa, "Ordem e Progresso", é afinal de um positivista francês, Augusto Comte. Difícil pensar em nacionalidade com uma bandeira tão cheia de importações.
Em todo caso, é o tal negócio: os países americanos, muito jovens e muito hesitantes quanto ao que sejam sob o sol, tendem mesmo a apoiar-se mais nessas coisas que as representem enquanto nações. Temos pouca história a nos legitimar: entre São Mamede e o nosso Grito do Ipiranga correram 794 anos...
Qualquer hora posto aqui as letras de alguns hinos nossos. É diversão garantida.
Até há algum tempo, era terminantemente proibido usar-se a bandeira para qualquer outra coisa que não fosse... bem, a própria bandeira. Dava cadeia usá-la para fazer uma camiseta ou uma bandana; rasgá-la, cuspi-la, maculá-la de algum modo era como um crime de lesa-pátria. Havia um tipo penal para vilipêndio aos símbolos nacionais. Não sei se ainda é assim; creio que não, porque já vi gravatas e biquínis feitos com ela. Mas é possível que nisso, como em tantas outras coisas, andemos relaxados.
Curioso notar que as cores da bandeira brasileira mantêm a lembrança da nobreza européia. O verde dela, por exemplo, é a cor da Casa de Bragança; o amarelo, se não me falha a memória, é a da Casa de Habsburgo. Quando da assunção da República, trocaram a esfera armilar lusitana pelo céu estrelado; e nossa divisa, "Ordem e Progresso", é afinal de um positivista francês, Augusto Comte. Difícil pensar em nacionalidade com uma bandeira tão cheia de importações.
Em todo caso, é o tal negócio: os países americanos, muito jovens e muito hesitantes quanto ao que sejam sob o sol, tendem mesmo a apoiar-se mais nessas coisas que as representem enquanto nações. Temos pouca história a nos legitimar: entre São Mamede e o nosso Grito do Ipiranga correram 794 anos...
Qualquer hora posto aqui as letras de alguns hinos nossos. É diversão garantida.
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