26 de março de 2006
Laura by Preminger
Há filmes a que não resisto.
Sempre que vejo um pedacinho do "Laura", agarro-me e consumo-o de novo. Hoje foi na RTP2.
Sim, gosto dos filmes ditos "noir". E daquele amor quase maldito, que nasce quase necrófilo por um rosto e por aquele quadro.
Quando ela reaparece, de impermeável que eu imaginei sempre amarelo sabe-se lá porquê, ambos se iluminam: o detective e a presumível vítima. Ou a assassina. Quem sabe?
A cena do interrogatório, quando o rosto de Laura fica todo branco e encadeado comove-me sempre. Ele quer saber a verdade. quer ter a certeza de que a pode amar.E ela deixa-o sem convicção alguma. Dá-lhe prazer essa incertitude.
Mas o filme é todo excelente. Desde o Vincent Price ao Clifton Webb, à música, aos decórs, ao maravilhoso encadeamento de cenas.
Li o livro, que é uma novela escrita pela Vera Caspary. É dos casos que o cinema ultrapassa o que foi escrito. Em parte pela extraordinária beleza da Gene Tierney. Ela nem tem que falar muito. Basta ser. É das mulheres mais lindas já filmadas. Ela diz tudo aquilo que não está dito, nem escrito. Ela é.
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