Já te tenho dito
Tanta tanta tanta vez
Que o teu olhar bonito
É grande tesouro...
Foi Deus quem o fez
E até te pedia namoro
Não tivesse eu grande nariz,
Que é como quem diz
Sou pencudo
Sou narigudo
Palavras em udo acabadas
Como encarnadas
Ou até emprateleiradas.
A fonética não é brilhante
Mas o que interessa
É teu olhar deslumbrante
E, por isso, vim à pressa
Fazer-te este poema
Bolas... escrevi poema
E agora não sei onde encaixar
As palavras teorema
Ou tema, ou cinema...
Era mais fácil para rimar
Se tivesse escrito poesia
Que rimava com alegria
Com dia, com Hungria
Dependendo de como se lê.
Mas dê lá por onde dê
Vou acabar esta prosa
Composta no joelho
Com uma caneta fanhosa
Que comprei de manhã
A um homem já velho
Vestindo camisola de lã
Que vendia pensos prás feridas
Brincos com formas de luas
E outras coisas tão queridas
Que logo as imaginei tuas
Depois de por mim oferecidas...
És mais do que um tesouro
És tesouro e meio
Só feito de ouro
És tesouro e três quartos
És bau de riquezas cheio
E meus olhos nunca fartos
Estão sempre a olhar para ti...
E agora que cheguei aqui
Depois de tanta baboseira
Gostaria de escrever
Nem que fosse só uma linha
Que não tenha tanta asneira
E dar-te beijos florzinha
E meus braços te oferecer...
Agora me despeço
Com dois beijos e um abraço
Faz-me feliz é o que te peço...
O único pedido que te faço...
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