25 de janeiro de 2006

a propósito de um disco anunciado agora como a grande novidade e a propósito de outro que, provavelmente, também o será brevemente

no domingo, no meio da ressaca eleitoral, alguém me manda uma sms a perguntar se tinha visto um anuncio da fnac na tv a promover a sua mais recente novidade discográfica.
disse que não e perguntei que novel disco era esse para merecer anuncio da fnac.
escreveram: 'bach to africa de lam barena'

de facto não conhecia 'lam barena' (gostava de saber porque raio de carga de água não utilizam os artigos quando se referem a músicos ou bandas), mas conhecia e tinha o disco 'bach to africa' dum colectivo, ou projecto, chamado lambarena.
é estranho (e estou a falar pelo que me contam porque ainda não vi o anúncio), que a fnac anuncie como grande novidade um velho disco que eu tenho há 10 (dez) anos.

mas vamos ao que interessa que são os disquitos.

ambos os discos têm um denominador comum:
hughes de courson.
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hughes de courson é uma daquelas figuras muito comuns na folk music que tem sempre um pé na música 'clássica' (chamemos-lhe assim para simplificar as coisas).
em frança trabalhou com grupos lendários como os malicorne ou os kolinda. na finlândia trabalhou com as espectaculares värtina, trabalhou no egipto, israel, siria, yemen, turquia, bulgaria, macedónia, grécia, albania...

no começo dos anos 90, e na sequência do seu trabalho com o compositor do gabão pierre akendengue, decide lançar mãos a um enorme projecto que prestasse homenagem ao dr. albert schweitzer, um médico missionário que viveu e teve o seu hospital/missão muitos anos na aldeia de lambarena, no gabão.
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tributo e reconhecimento pelo seu trabalho de aproximação de povos e culturas que lhe valeu o prémio nobel da paz nos anos 70 (creio).
as opiniões sobre este disco são as mais diversas.
desde os que o adoram incondicionalmente, aos que acham um crime de lesa cultura tratar assim a musica do deus bach.
como não aceito deuses, nem na música, acho que nenhum compositor deve ser sacralizado.
nem nenhum período da história da música deve ser fechado às intervenções criativas.
devemos analisar o resultado e não condenar à partida apenas porque gostamos muito do original.
felizmente que os partidários do campo sacrossanto são cada vez menos e este disco serviu para várias companhia de dança o utilizaram como base para trabalhos seus de fundo (o tulsa ballet theatre, numa coreografia de val caniparoli, ou o northern ballet theatre, uma das mais importantes companhias britânicas, por exemplo).

francamente a ouvir para nos alargar os horizontes auditivos.


o outro disco, o que provavelmente virá a seguir nas novidades com mais de 10 anos é, até por via das comemorações dos 250 anos de mozart,

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mozart in egypt

que, por acaso gosto bastante mais (mas isto sou eu a falar...).
a mistura da música de mozart com a música egípcia em que vão aparecendo e desaparecendo, misturando-se e completando-se, complementando-se.
e garanto-vos:
mozart soa muitíssimo bem tocado com instrumentos árabes !!!

é muito boa música.
e sim.
deveriam vir em pacote de 2.

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