26 de janeiro de 2006

Papeladas

Há momentos em que quase sucumbo face a esta papelada toda. Contas da electricidade, água, gás, telefone mais internet, duplicados de reclamações que tenho vindo a fazer nas finanças, segurança social, oficinas de reparação automóvel, caminhos de ferro portugueses, e depois as respostas das reclamações que ainda me deixam mais nervoso - ... mais informamos que a funcionária que o atendeu obedecia a ordens superiores... ", e se fossem todos dar uma voltinha até àquela parte ??? Lembro-me depois dos conselhos sábios do Dalai lama, e também isso me consegue enervar!!! Aquilo que possuímos também acaba por nos possuir a nós. Claro, isso é óbvio, mas eu não vivo no sopé da montanha Ngo-Kan-Pan ou lá como se chama aquilo, e a verdade é que se não possuísse absolutmante nada era capaz de me sentir ainda pior. Mas há um sentimento de impotência face a tudo isto que não sei explicar. Alteração da morada da carta de condução. Serão quarenta e quatro euros, nunca estará pronta antes das duas semanas a contar a partir de hoje. Mas para que precisam de tanto tempo ? Será que cada documento é trabalhado por algum ourives ? E por favor traga-nos o seu BI, com duas fotocópias do mesmo, frente e verso, o cartão de contribuinte não é preciso, mas pelo sim pelo não, fotocopie também. Cada merdinha que se vai tratar desemboca em mais quatro ou cinco caganitas burocráticas desmioladas. Um efeito exponencial de chatice gera-se quando queremos cumprir com as regras desta sociedade imbecil. A culpa não é de ninguém, e aí reside a beleza do sistema. Se eu estivesse do outro lado do balcão sei que não seria melhor, não iria proceder de uma forma mais capaz ou inteligente. As regras estão ditadas e são para se cumprir. Desculpem o desabafo... isto saiu meio desarticulado porque estou sem tempo. Prometo voltar ao assunto com uma abordagem mais racional. Até lá, bons papéis !

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