27 de dezembro de 2005

Os Robin dos Bosques da energia eléctrica.

Todos conhecemos casos de pessoas idosas ou sem meios económicos, que por circunstância ou por total descalabro, acordam um dia com a electricidade cortada sem apelo e sem agravo. Antigamente era comum em Lisboa, ver as puxadas ilegais e directas, que abasteciam inúmeras barracas e mesmo prédios. Agora ainda se vêem bastantes em prédios antigos e em condições de segurança bastante deficitárias.
No entanto em França surgiu um novo fenómeno. Imagine-se uma velhinha, em caos económico e perfeitamente desesperada. Porque viver sem electricidade, equivale a não viver. Batem-lhe à porta , um senhor convenientemente apetrechado em termos de segurança e voilá o disjuntor foi ligado em dez minutos e sobretudo é pedida a discrição.
Quem faz isto? Funcionários da EDP local, que consideram incorrecto o corte indiscriminado e taxativo a todo aquele que não paga a factura. Depois tenta-se que as pessoas paguem pelo menos simbolicamente qualquer coisa pela electricidade que consumiram. O que será outra conversa...a questão de responsabilizar pelo consumo.
Mas o que é interessante é que são os próprios trabalhadores a assumir a vertente de solidariedade social da empresa a que pertencem. Anónimos, expostos a um possivel despedimento, mas "Face à une situation de blocage de l'ensemble des outils dont on dispose, nul ne peut reprocher à quelqu'un de désobéir pour sauver son prochain"

O mundo não cessa de me espantar. Agora pela positiva.
Vivam os Robin dos Bosques!!!
No Le Monde de hoje.

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