24 de novembro de 2005

qual ditadura, qual quê!?

"as pessoas que não sabem história ainda pensam que o estado novo foi uma ditadura." afirmou o professor j. veríssimo serrão, historiador, membro da comissão de honra de cavaco silva, em entrevista ao jornal 'o diabo'.
questiono-me sobre o que pensará o candidato que o professor serrão apoia e que, tanto quanto me parece, não sabe de história.

e vou citar mais um pouco:

diabo:
porque é que se ouve, com frequência, 'faz-nos falta um salazar'?
professor:
talvez porque nesse tempo não se gastava dinheiro loucamente e não se vivia com o luxo exagerado que muitos hoje aparentam ter. havia mais seriedade na distribuição da riqueza nacional. salazar foi um indivíduo notável da história de portugal e teve, entre outros, o mérito de endireitar as contas públicas e de dar o exemplo de dignidade e modéstia. Era de uma humildade exemplar. pagava do seu bolso o bilhete de comboio para ir para sua casa em santa comba dão e o aluguer do forte de santo antónio do estoril onde passava as férias de verão. Naquele tempo, os ministros tinham um chefe de gabinete e dois secretários. Não havia assessores. Hoje, há gabinetes ministeriais com 20 assessores, multiplicando por 20 ministérios totaliza 400 assessores, pagos à média de 1000 euros ou talvez mais. O dinheirinho é bom de gastar quando não é nosso...

diabo:
o período do estado novo e a liderança de salazar têm sido alvo de muitas críticas. porquê?
professor:
as pessoas que não sabem história ainda pensam que o estado novo foi uma ditadura. já tenho perguntado a juristas que digam se foi um governo de força ou de tipo proteccionista. a verdade é que foi um regime em que a lei funcionava e em que os próprios titulares dos cargos davam o exemplo da austeridade.

não vou gastar cera com as imprecisões factuais, tipo salazar a pagar a renda do estoril ou as viagens a santa comba que nunca fazia... ou os acessores actualmente pagos a 1000 euros por mês (é mesmo de quem não faz a mínima ideia do que está a falar).
o que o professor veríssimo diz vale por si.
e muito.

Sem comentários: