Ontem decidi fazer uma noite alternativa. Armei-me em intelectual da treta e fui assistir à estreia de uma peça de teatro representada por um grupo sediado nos antigos celeiros da EPAC.
A coisa prometia. Era uma comédia. Era de borla. E fica sempre bem vestir o sobretudo preto, levantar a gola, por um ar ligeiramente alucinado e ir ao teatro.
"Uma divertida comédia, com um toque de opereta, que procurar alertar para os "perigos" duma sociedade cada vez mais voltada para o supérfluo, as modas, o vazio de pensamento e de acção." Isto era o que dizia o papelinho distribuído à entrada.
Assisti à coisa com boa disposição, tentando lembrar-me sempre que se tratava de uma comédia. Uma hora e meia depois terminou debaixo de uma chuva de aplausos. Estavam os actores e actrizes a agradecer quando reparei que a rapariga, que tinha mudado de roupa à pressa, tinha um mamilo a sair do vestido. O que eu me ri com aquela imagem da actriz a meio metro de mim com uma mama de fora. Afinal sempre era uma comédia.
Saí, levantei a gola do sobretudo, coloquei um ar inteligente e fui para casa. Gosto mesmo de me passear pelo meio daquela fauna pseudo intelectual. Quase que me sinto inteligente.
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