Quando cheguei a casa hoje, havia muita gente na rua. Muitos vestiam de preto e tinham um cravo vermelho na mão. Uns limpavam as lágrimas, outros de cara amarrada seguiam em frente com ar decidido. Os cantoneiros limpavam as muitas garrafas de água deitadas ao chão. Imensos mirones espreitavam pelas janelas.
Não se percebia se vinham de um comício, de uma romaria, ou de um funeral. Mas para além da preocupação em encontrar os amigos ou o pessoal da terra, o repetir "Já não há homens como este", havia manifestamente um silêncio presente. Um vazio.
E eu apesar de nunca ter sido admiradora do Álvaro Cunhal, senti um certo nó na garganta: tão visivel era a orfandade, perca e desorientação daqueles milhares de pessoas, sentimentos a fervilhar, sempre a andarem sem parar.
E dou por mim a pensar nas gigantescas efusões emocionais de massas que têm existido nestes últimos tempos. Desde a morte do Papa, da Irmã Lúcia, das grandes alegrias proporcionadas pelo futebol.
Não se percebia se vinham de um comício, de uma romaria, ou de um funeral. Mas para além da preocupação em encontrar os amigos ou o pessoal da terra, o repetir "Já não há homens como este", havia manifestamente um silêncio presente. Um vazio.
E eu apesar de nunca ter sido admiradora do Álvaro Cunhal, senti um certo nó na garganta: tão visivel era a orfandade, perca e desorientação daqueles milhares de pessoas, sentimentos a fervilhar, sempre a andarem sem parar.
E dou por mim a pensar nas gigantescas efusões emocionais de massas que têm existido nestes últimos tempos. Desde a morte do Papa, da Irmã Lúcia, das grandes alegrias proporcionadas pelo futebol.
Deveriam existir conclusões para tirar, não?
Hoje só penso no sentimento de perca.
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