14 de junho de 2005

À memória

Lendo o que escreveu a Luz aqui em baixo...
Lembrando que ontem não prestei a devida homenagem...
Sabendo que o que conta é a memória...
E porque, nós sabemos, que os dias voam...
Aqui fica:

As Amoras

O meu país sabe as amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.

Eugénio de Andrade

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