Já que se fala de roubos, e de posts de dedicados à Luz, aqui fica este integralmente "roubado" ao Barnabé Nuno Sousa. Sim, vil e sorrateiramente roubado, que eu não sei fazer links directos para posts.
Não caro leitor, não é de rock nem de pop que se vai aqui falar. Os Galandum Galundaina são antes cultores de música folk, e da boa. Diria mais, sagrada, sagradamente profana ou, se preferirem, profanamente sagrada, mas sagrada. São quatro músicos da Terra de Miranda que desde 1996 se dedicam a recolher e fazer renascer o cancioneiro popular daquela região de Trás-os-Montes. E para folgança cá da rapaziada, fazem-no com um rigor verdadeiramente salutar. Digo-o sem a menor dúvida – o som que arrancam dos instrumentos, todo junto, respira de forma cristalina sem soar puro, na má acepção da palavra, e sim puro no sentido em que traz ainda poeira pendurada nas notas.Galandum, pelo que se pode ler nas recolhas de Giacometti e Lopes-Graça, era uma canção dançada, bastante antiga e muito comum na região de Miranda do Douro. Seria instrumentalmente bastante aparatosa: tamboril, gaita de foles, fraita, pandeiro, pandeiretas, castanholas, carracas, ferrinhos e assobio dento labial. Pois é, é mesmo um excelente nome para o projecto.
O primeiro disco, L Purmeiro, data de 2002, o segundo, Modas i Anzonas, é deste ano e encontra-se nas lojas (eu encomendei ambos no site da banda). Lhaços, alboradas, rimances e modas, cantadas ou não, são magnificamente trazidas aos nossos ouvidos pelas fraitas, gaitas de foles, charrascas, sanfonas e o restante sem número de instrumentos que os Galundaina utilizam na sua música. As vozes e os coros cantam as histórias das canções, da terra pois claro, ou, nas palavras de Fernando Lopes-Graça, "do homem transmontano, parcela do homem universal nos seus momentos de funda identificação com o espírito da Terra e das Horas". Identificação com o espírito da Terra e das Horas – é folk sim senhor, e grande
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