1 de setembro de 2004

Cesto dos papéis

Pela primeira vez na vida tenho um cesto para os papéis. É uma novidade para mim, por isso tive que receber conselhos. Um deles dizia que nenhum dado pessoal devia ir direito para o caixote. Ou o guardava para posterior incineração ou o rasgava. Experimentei rasgar e gostei tanto que agora o papel mais insignificante é rasgado até ser mais pequeno que uma unha do dedo mínimo (das minhas, que são rentes). Sento-me de lado na cama, com o papel na mão, e vou rasgando, rasgando, rasgando e vendo os papéis cada vez mais pequenitos. Aconselho a todos. De alguma forma rasgar papéis é pacificador. O problema é deitar tudo fora. Acabei por me afeiçoar ao cesto atravancado de papelinhos. Gosto de enfiar a mão por lá adentro. Sinto-me como nos concursos antigos onde havia sempre uma tômbola cheia de cartas, ou postais. Lembro-me de ser garota e ter inveja do António Sala (depois passou, brrrr) por ter o privilégio de rodar o braço lá dentro das tais tômbolas e procurar muito. Supunha que o fizesse sempre que lhe apetecesse. Mas do que lembro melhor era de uma vez, no 1, 2, 3, o Sr. Sala se atirar para o meio de uma piscina plástica cheia de envelopes. Ah, como seria bom. Agora tenho o meu baldinho, é pouco, mas é meu e enfio lá as mãos sempre que me apetece. E é bom. É muito bom.

É bom, pronto.

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