8 de julho de 2004

Post clínico a falar do tempo

Uma das vantagens de ter esfriado é que não está calor. Ok, concordo que esta entrada soa a algo que poderia ter sido dito pela astróloga Maya, mas invoco bons motivos para ela. Existem várias vantagens, incluindo não ter de me preocupar com os meus velhinhos desidratados e com as tensões nas botas, e conseguir em pensar em qualquer coisa menos obsessiva que água e líquidos diversos por dentro e por cima. A água é por cima. Os outros líquidos é por dentro. A água às vezes também é por dentro, que convém manter as aparências.

O vento, contudo, não facilita. Há poeira a rodos no ar, bem como uma razoável carga de pólen, ainda que este esteja já em fase descendente. À conta destes pequenos pormenores metade de Lisboa está a tossir e a outra metade já teve tosse ou vai começar hoje. E vão todos, rigorosamente todos, à minha consulta.

O Euro 2004 é hoje história. O meu querido colega de ofício refere que, terminada a bola, voltámos ao Prozac e Xanax. Dou-lhe alguma razão, com uma ressalva: alguns dos piores episódios depressivos dos últimos tempos apareceram-me nos dias imediatamente a seguir às vitórias portuguesas. Isto não é de surpreender, mas mói um bocado. Nada como uma alegria colectiva para que as estruturas mentais mais fragilizadas se vão abaixo.

E o Natal vem aí, no comboio descendente.

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