3 de agosto de 2003

Por favor S Pedro, desliga o aquecedor.

Está visto que hoje vai ser outro dia de miséria.
Com este calor , como é que se pode ser construtivo?
Ontem fiquei a pensar nos livros de infância. Na Enid Blyton, na biblioteca dos rapazes e das raparigas, no Salgari, no Karl May e na Louise May Alcott. Dizem agora que esta terá escrito mais uns livrinhos , menos tipo "little women" , ou seja com mais substracto. Ah e estava a esquecer-me da Odette Saint Maurice e do seu obrigatório " Sou uma rapariga do Liceu".
Lembro-me do cuidado em que havia em distinguir do que era próprio para uma menina ler, ou não. Mas numa casa como a minha, com muito irmão masculino a preceder-me, foi difícil senão impossivel assegurar esse status quo. Assim veio o May e o Salgari e o Cavaleiro Andante , o Tarzan, o Mandrake e o meu preferido Rip Kirby.
Os jormais também eram lidos de forma sagrada.A República chegava sempre no dia seguinte , o meu pai era assinante, mas eu gostava do negrito do Diário de Lisboa e ainda me lembro de quando saiu o Expresso. Os jornais davam-me pica e eu era miúda. Esperava sempre pacientemente que o meu pai os lesse e depois era a minha vez.
Agora consulto as novidades na web , vejo eventualmente a Televisão. Não me carrego de jornais. Leio ainda o Expresso em casa de amigos e é tudo.
O senhor limpa chaminés veio cá a casa outro dia e perguntou" Dá-me um jornalinho, para o fogão não ficar sujo? " e eu respondi " Não tenho". O senhor achou isso muito mal.
No entanto continuo a ser devoradora de livros. Não há estantes que cheguem.
A Amazon e a Fnac na web dão regularmente conta do meu Visa:)
E tenho que ter a minha pilha de livros novos por ler. Demorei algum tempo para explicar à Vanda, dita cuja senhora de limpezas, que " Não, nesses livros não se toca nem se arruma!!!"
Fico irascivel se me pedem um livro emprestado que ainda não li. Aliás, digo logo que não. É assim uma cisma minha.
Não me importo de emprestar os últimos 5 Euros , de dar o último cigarro , o último gole de whisky.....Mas emprestar livros faz-me doer um bocadinho o coração.
Lá os vejo a ir com ar infeliz. Salvo ao ZM , sei que os entrega sempre religiosamente , à M e à B.
Ou seja , cada qual com as suas compulsões.
Por falar nisso, tenho umas biografia da Condessa de Ségur para ler....
Sempre imaginei que devia ser uma mulher maquiavélica. Tanto me fez chorar. Coitadinho do Cadichon.
Ò Jeremias desculpa mais uma vez....Sobre sexo, nada:))))

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