19 de agosto de 2003

Intervalo em honra de S. Mateus

Pois é, não é fácil ver passar (voar?) os dias sem ver os vossos por aqui. Venho agora ler-vos e dar duas de letra.

Coisas estranhas acontecem a uma moça em férias. Estava eu muito descansadinha (mentira, estava podre e farta de lá estar, malditas moscas) em Viseu quando numa ida a um hipermercado vejo um cartaz espampanante (com a respectiva foto do artista em pose enternecida) que anuncia: Sessão de autógrafos com Marco Paulo no dia tal e tal... e alguns metros depois: Marco Paulo, hoje, na feira de S. Mateus. Puxo o braço do meu pai e logo ficou assente que não deixaríamos passar em claro o acontecimento. Jantamos, encasacamo-nos e disparamos para a feira (dois euros a entrada, barato tendo em conta o recinto melhorado e a alegria geral). Chegamos no final do tal concerto (já eu estava a lamber o meu gelado de máquina, daqueles que estão ao pé das praias, com sabor a sal, morango, Matosinhos, cansaço, baunilha e infância) mesmo a tempo de ouvir o discurso inflamado do Marquito e ouvir as pessoas entoarem exitos como: maravilhoso coração, nem às paredes confesso e aquela da Nossa-Senhora-nos-dê-a-mão-cuide-do-meu-coração-da-minha-vida-aaaaaaaaaai! Por mais idiota que pareça, e sei que parece, fiquei comovida. Era muita gente a partilhar a mesma experiência. Palermices. Por essa algura surpreendeu-me a atitude do meu pai, que não querendo ser confundido com a plebe, resolveu optar pela fuga em frente, isto é: desatou a berrar, desafinar, zurrar, gargalhar para quem o quisesse ouvir. A minha madrasta mantinha-se sorridente com a situação a abanar-se devagarinho com os braços cruzados.

Talvez embalada pela televisão e pelas histórias que se contam, estava à espera de um festival de microfone voador. Não podia estar mais errada, não só o microfone não saíu da mão direita, como o mais encantador dos tiques nem sequer estava nos braços. Era o pé. Marco Paulo abanava a pernita de uma maneira que eu nunca tinha visto. Enfim. Estava contente.

Esta maravilha não podia acabar assim, fomos a um duelo matraquilheiro. Ficam desde já avisados que este ano estou em forma, tendo derrotado o meu pai por... bem, a dada altura deixei de contar. E agora sim, PARA ACABAR, fomos comprar pão com chouriço, daquele que tem MESMO chouriço, e que cheira divinalmente, e que é enorme, e que eu adoro, e que vim a comer até casa..

Dizia-se que no dia seguinte era a Fafá de Belém mas... não quis abusar.

Assino-me com saudades,

Cláudia, a rainha dos matraquilhos

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