9 de janeiro de 2011

Contrariar tendências



Não esquecendo que tudo é relativo, há dias mais cinzentos do que outros… Quando se está mal habituada por passar anos a fio sem qualquer mazela, uma pequena gripe assume foros de apocalipse (que me perdoem os teóricos esotéricos a vaticinar sobre as aves mortas no Arkansas, o fim dos tempos em 2012 e similares)… E logo tudo fica inquinado: estala a falta de paciência, a irritação por não se poder participar no concerto de reis para hoje agendado (nem sequer na assistência, pois a tosse estragaria o trabalho dos companheiros de cantoria), a lembrança sobre aumentos de combustível quando se vive longe da fronteira e se escolheu o gasóleo a fim de fazer poupanças, os cortes salariais por aí a espreitar e ainda tantos projectos por cumprir, desde os mais exigentes aos mais comezinhos… Nesses momentos, nada como contrariar a tendência para tudo descolorir em tons sombrios. E assim surgiu ontem, ao fim do dia, a decisão de elaborar um pequeno filme com uma lista aleatória de coisas boas vivenciadas no ano que acaba de findar… E não é que muitas ficaram por listar, pois a ideia não era construir uma longa metragem?



Podendo parecer utópica reparo, nos últimos tempos, em algo de interessante... Superstições à parte (vade retro e te arrenego, maligno, cruzes!) , sempre que algo de desagradável ocorre é frequente, no mesmo dia, acontecer algo de positivo – incluindo-se alguns pequenos gestos – a surgir, inesperadamente, sob forma de antídoto… E, deste modo, mesmo em pequenas caminhadas feitas pela manhã em dias de lazer (agora afastadas por se tornara prioritário o recolhimento no lar a fim de não se falharem os compromissos laborais para a semana que se avizinha) se verifica que o vandalismo a que se encontram votados alguns cartazes não anula o prazer de deleitar a vista com um bonito retalho de arte mesmo ali ao lado…

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