9 de julho de 2010

Preto no Branco

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Os “dias voam”, alguns livros também, mas não este.
Finalmente!
Alguém põe “preto no branco” no descalabro, diz que “o rei vai nu” e explica porquê.
Parabéns à Fundação Francisco Manuel dos Santos, ao seu Presidente do Conselho de Administração, António Barreto, e à autora, Maria do Carmo Vieira.
Leiam.
E meditem…os que acham que está tudo bem (ainda há) e os que acham que está tudo mal, como eu.
Mal é pouco.
Péssimo.

4 comentários:

ruialme disse...

Acabei de o ler hoje.
Não acho q esteja tudo mal e a prova é q há quem, como Maria do Carmo Vieira, denuncie e interpele, de forma lúcida e sustentada, quem aposta no facilitismo e na governação pela propaganda.
Este livro, sem ser (e exactamente por não ser) inquestionável ou dogmático, ajuda a encontrar soluções q passam pela participação activa dos cidadãos.

teresa maremar disse...

Eu estou a ler, e pelo que até agora vi parece até que me escuto em eco :))

teresa disse...

Maria do Carmo Vieira tem denunciado alguns erros em educação, sendo defensora do ensino da literatura tout court e elevando (com legitimidade) a sua voz críica quanto à forma como algumas exigências da agenda global para a educação emanada da OCDE (parâmetros da literacia) têm vindo a condicionar o ensino pela aplicação de provas padronizadas (as de aferição com as célebres escolhas múltiplas e questões de «verdadeiro/falso»). Continuo a afirmar que os estereótipos só servem para nos situarmos, ou seja, as tais provas estandardizadas não deveriam ser levadas tão a sério, sendo realmente mais importante a prática lectiva e, quanto ao que tem escrito, é o que me compete referir. Acrescento ainda que a região de Lisboa apresenta resultados dentro da média europeia, o que nos coloca em lugar preocupante (isto para quem valoriza estes relatórios) é o restante país (preocupante, em pleno século XXI: país a 'duas velocidades?')...
Países há onde tal prática desastrosa - provas padronizadas - já se critica há 20 anos (insistindo-se na mesma), havendo estudos publicados sobre a matéria a referir os aspectos perniciosos de tais medidas, mas isso levaria a outras questões: alunos não são meros números e escolas não são unidades de produção onde se tem de fabricar um certo número de automóveis por semana. Enquanto assim for, a coisa estará mal para todos nós...
E já que isto remete para números, hoje em dia existem 120.000 professores no sistema quando, antes de 74, nem metade haveria (o público escolar mudou e a multiculturalidade a tal não será alheia, um dia que não haja alunos estrangeiros, muitos professores não terão emprego...).
Quando ainda hoje estive com professores que, ao longo do ano (de Setembro a Maio pelo menos) recebem alunos vindos de diversos pontos do planeta e não têm o Português como lingua materna, pergunta-se: que volta a dar à situação? Começar por lhes ensinar os textos do século XIX? Camões? Literatura medieval? Ninguém se preocupa com a mobilidade dos cidadãos, mas a situação afigura-se-me tão absurda quanto a de se exigir, nos anos 60, que os miúdos em Cabo Verde soubessem dissertar sobre as vindimas ou os santos populares. No entanto, concordo com as suas críticas se aplicadas ao aluno médio (se tal abstracção existe) como o perspectivávamos quando andávamos no liceu. Acontece que a visão hegemónica já prescreveu, o que traz algum (talvez muito) desconforto...

teresa disse...
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