1 de julho de 2010

Há imagens que se prolongam no tempo...

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Há imagens que se prolongam no tempo. A do circo será uma delas… Desde criança que a tenda se revela em dissimuladas fragilidades, os artistas forçadamente em festa, os brilhos da indumentária com algo de artificial, de efémero… Mesmo assim, transformou-se outrora em festa de Verão quando, nos despreocupados meses de praia, assentava arraiais: os tempos seriam outros, as distracções em menor número, a explicar o atractivo para a criançada. Hoje causa pessoal apreensão sempre que uma destas tendas e respectiva caravana assentam arraiais em descampados no caminho para casa, principalmente quando – ao contrário do que sucede na capital – o microclima sintrense se reveste de uma fria neblina. O vento agreste, a soprar durante o dia, parece acentuar a fragilidade destas gentes que teimam, ao longo dos tempos, em percorrer quilómetros, remetendo para uma qualquer fita de cinema neo-realista. Continua-se a imaginar qual o seu quotidiano e o que os move…

3 comentários:

José Quintela Soares disse...

Quando não havia televisão, nem telemóveis, nem internet...o circo ambulante transportava a magia, a ilusão, a alegria a muitas populações, que não sabiam o que era cinema ou teatro.
Isoladas, poucos tinham um aparelho de rádio, vivendo em absoluta clausura.
São espectáculos de pouca qualidade, os artistas são "fraquinhos", querendo ser optimista, mas foram importantes. Muitas crianças riram pela primeira vez com os inevitáveis palhaços, e construiram os seus castelos de fantasia a partir deles.

teresa disse...

É verdade, José Quintela Soares, embora o que pessoalmente mais surpreenda seja, em pleno século XXI, a capacidade de sobrevivência destas gentes.

cristina disse...

vou roubar a foto