16 de junho de 2010

a 'mateus vicente de oliveira'

postou a t. há uns dias aqui umas fotos destinadas aos 'carlos' aqui da casa.
imagino que eu seja um deles, quer pela coincidência do nome, quer por ser de queluz há mais tempo do que me lembro de existir.
as 3 fotos eram da mesma zona: 2 da 'mateus vicente oliveira' e uma da 'rampa da estação'.
a 'mateus vicente de oliveira' (mvo, como agora se usa para evitar repetições e escrever em siglas, que fica sempre muito bem) era, ao tempo, provavelmente, a rua mais comercial de queluz.
na antónio enes eram fundamentalmente vivendas, a miguel bombarda, tirando a zona próximo da estação, tinha poucas lojas na sua extensão e a elias garcia, tendo mais em quantidade, tinha muito menos por metro linear.
a razão fundamental para tanto comércio naquela pequena rua era a existência da praça (em queluz sempre se chamou 'praça' aos mercados).
com uma entrada pela elias garcia e outra pela mvo, a praça era o pólo aglutinador do mais variado comércio de queluz.
hoje é uma espécie de rua 'das traseiras', entalada entre a antónio enes e a elias garcia,
e perdida a praça para a extremidade da rua, fez transferir pela o largo que envolve a praça grande parte do movimento que antes lhe tinha pertencido.
um regresso à mvo é, para mim, um regresso à minha infância, mais do que a minha juventude.
era no quintal ao lado da praça que estava a mais apetecível nespereira para a chinchada (sendo que as nespereiras já são, por si, a árvore por excelência da chinchada.
na mvo oliveira ficava uma serração, um clássico restaurante de queluz, algumas mercearias, de que a 'primor', mesmo em frente à praça, era o seu melhor exemplar, sapatarias, lojas de reparações de electrodomésticos (ainda hoje vi aberta, com o mesmo proprietária, já com uns 80 anos, pelo menos, a funcionar),a fotografada 'casa gina', onde se compravam os cigarros avulso antes de ir para a escola primária no palácio (ao tempo a venda de tabaco a crianças não tinha os efeitos que hoje tem), os cromos, desfolhavam algumas revistas e sim, tinha aquele maravilhosa peça eléctrica com um topo cilíndrico onde se 'apanhavam' as malhas das meias de vidro.

na adolescência era mais a rua onde moravam muitos dos meus amigos.
queluz era pequeno e todos éramos mais ou menos conhecidos ou amigos.


na primeira, o prédio à esquerda, sob as bandeiras de portugal e da suiça, é o local onde existiu a charcutaria 'primor'.
o da direita, no local onde está a placa, foi onde viveu o pintor moita macedo.
vizinho de tertúlias nocturnas na cave do 'alcaide', aos 4 caminhos (antes de se transformar numa cervejaria), juntamente com o artur bual e outros amigos.
infelizmente morreu muito cedo, tal como grande parte da sua família, quer a mulher, quer 3 dos seus filhos.
a segunda foto é do local onde existiu a casa gina.


aqui, a praça antiga (os prédios cor de rosa estão no lugar das míticas nespereiras) e a 'nova', construída nos terrenos duma antiga quinta, que por acaso, e tal como as duas quintas que ladeavam o jamor no local onde hoje está o parque urbano, tinham como caseiros familiares meus (um deles falecido a semana passada) e que mostravam alguma estranha coincidência de serem fajaenses a tratar das quintas de queluz nos anos 50/60

1 comentário:

Anónimo disse...

Pois é... Nada como as memórias de infância!!