26 de junho de 2010

Coisas a tirar (um pouquinho) do sério...

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Muitas listas se tem feito de coisas boas. Talvez por isso, lembrei-me de registar um conjunto de situações a tirar do sério... Aqui vão, pois, algumas delas (talvez não extensivas à generalidade, seguindo as desculpas pelo teor pessoal da presente listagem):
- dar o lugar na caixa de supermercado a alguém que só traz dois artigos e deparar com a pessoa em questão em prolongada conversa de circunstância (sobre a desavença familiar de uma vizinha comum) com a operadora;
- pedir o livro de reclamações num serviço público por não chamarem os utentes durante uma hora (grávidas e idosos de pé, no corredor, incluídos) e ouvir o segurança afirmar «está a queixar-se? olhe que eu ontem passei 6h na Segurança Social para ser atendido e não larguei nem um “ai”» (logo após o pedido do dito livrinho, a chamada passou a ser célere);
- ouvir a um familiar de uma jovem(felizmente excepção lá pelo “quintal”) que não é assim tão grave ter ofendido (com bolinha vermelha) verbalmente um professor « hoje em dia há maior liberdade , a professora tem de compreender, os tempos são outros…»;
- ter, na churrasqueira da aldeia próxima, vizinhança completamente desconhecida que pensa – dada a exiguidade do espaço – poder fazer um interrogatório intrusivo, o que acaba por estragar (ou pelo menos apressar) o prazer da refeição;
- ser tratada por «princesa» por parte do pessoal de serviço em estabelecimentos hospitalares (eu que até sou republicana…);
- ser contemplada pela fórmula de tratamento «mãe» (por pessoas de idade próxima ou superior e a quem não unem laços de parentesco) em escolas ou centros de saúde;
- levar (antes de ter sequer começado a falar) com a má-disposição do dia em repartições públicas, o que traz sempre a inevitável vontade de perguntar (seguindo o exemplo parterno) com um inocente sorriso: «a senhora está zangada comigo?»…
E a lista seria muito maior, ficando-me por aqui dado o dia estar bonito e, de dentro de casa, ouvir a cantoria melódica dos pássaros… vendo bem, o que é isto comparativamente com as medidas de austeridade que se avizinham?

8 comentários:

T disse...

Mas tu és tão afável...Não acredito que te exasperes muito:)

T disse...

Mas tu és tão afável...Não acredito que te exasperes muito:)

José Quintela Soares disse...

Acrescentaria, de imediato, algumas situações que quase me "tiram do sério"...

- Esperar atrás de um veículo parado, seja qual for a razão, e não ver nenhum gesto de agradecimento quando finalmente decide andar;

- Dar, obviamente, passagem a um peão nas "zebras", e verificar que este as atravessa em passo tranquilíssimo...como que em jeito de gozo;

- Saudar com um "bom dia" qualquer pessoa, e em troca receber o silêncio...Repito logo em tom bem mais alto...

- Esperar a um balcão enquanto os empregados conversam sobre futebol, por exemplo.

teresa disse...

T,
Pergunta a quem convive diariamente com a própria: consigo dizer coisas terríveis sem me exaltar, o que leva ao entendimento das mesmas só uns dias mais tarde... «diplomacia», dizem os próximos (cá por mim não é isso, mas tentativa de não arranjar problemas de saúde ou desgastes, dado algumas 'mensagens' passarem melhor na calma):)

teresa disse...

Essas também são aborrecidas, José Quintela Soares. Quanto ao peão vagaroso e provocador, um amigo de juventude costumava dizer para os companheiros de veículo «para a próxima, não lhe dou a passagem»...
Relativamente ao «bom dia», não entendo o porquê de alguma falta de bons modos. Cá na aldeola todos se cumprimentam, mas vejo outros povos mais cordiais, isso de não responder é muito pouco polido, mas frequente... anda tudo zangado e de ar agressivo, parece-me.

teresa maremar disse...

Coisas que me irritam muiiiiito e a que não consigo deixar de exibir o meu desagrado:

1. Passarem da caixa registadora directamente para o "meu" croissant onde pensam que vão colocar o "meu" fiambre sem antes lavarem as mãos

- pergunto... "esse croissant não é o "meu", pois não?" como se segue a concordância, logo atiro com um "Não esqueceu nada antes, como lavar as mãos depois da nota e da moeda?"
[Em muitos lugares olham-me ainda, empregado e clientes à volta, como se eu fosse de outra galáxia]

2. Arrastarem-se na passadeira

- abro a janela e digo "Minha(s) senhora(s), isto é uma passadeira não uma passeadeira"
[normalmente são as estas que mais demoram, por vezes na conversa com a amiga]

3. Estar num almoço/jantar e no final perguntarem-me "Mas não bebe café? Ahh que engraçado, não conheço quem não beba café" e logo outra ou outra voz mostrar igual estupefacto

- até bebo descafeinado e cappuccino ocasionalmente, mas parece que beber café faz parte da Constituição

4. A delicadeza excessiva [e por isso logo notória] em facilitarem que tire o carro do lugar estacionado apenas porque querem o espaço

- se estou com pressa, lá saio; se me sobra algum tempo, aí sou mazinha e arrasto-me eu na saída

5. Não agradecerem quando fico a segurar a porta para quem vem em seguida [e por vezes vindo uns dois metros atrás]

- respondo eu "muito obrigada"
[muitos também não devem entender, já me chegaram a responder "de nada"]

teresa disse...

Uma listagem bastante completa, divagarde.
Não vivo sem café (até dizem que após o primeiro café do dia mudo logo de disposição e para melhor...), mas nunca tinha reparado que se discriminava quem não usufrui da «maravilhosa» bebida...(aqui adicionaria o hábito irritante verificado em certos países que consiste em darem-nos para a mão uma chávena com metade açúcar, metade café no final das refeições)...

Quanto ao agradecer quando seguramos a porta para alguém passar, parece ser uma estratégia interessante... Mas tudo leva a crer que certas pessoas com hábitos tão enraizados não entendam a subtileza.

No passado, tendo trabalhado como tradutora numa mega-empresa italiana, recordo a tirada de uma colega para com uma «chefe» por afinidade (dado ser a senhora a «esposa» do director). Como passava por nós, míseras assalariadas, como se fôssemos invisíveis um dia, dirigiu-nos excepcionalmente a palavra perguntando pelo "senhor fulano" (o "esposo"). A minha colega sorriu e respondeu-lhe: « o senhor fulano não está, foi à procura do senhor "boa-tarde" que se encontra desaparecido». Foi uma risota (interior) total ao vermos a expressão facial da dita senhora:)

teresa maremar disse...

teresa,

de facto, a escrita provoca por vezes ruídos :) ao ler, agora, o meu comentário até parece que amargo a vida, quando eu sou uma "fadinha da boa disposição" :) e as respostas que dou são num tom soft, embora bem afirmativo. Esse meu obrigada e a passeadeira saem-me até num sorriso. Sorriso intencionalmente meio tolo e ingénuo, mas sorriso. Porque sem dúvida me irritam e não resisto a manifestar-me.

Boa, essa da sua colega :)