21 de junho de 2010

7...8 ou 80

7…8 ou 80…

Ontem uma desgraça. Miséria. Vergonha.
Hoje, festa. Delírio. Orgulho.
Ontem luto.
Hoje luta.
Ontem desânimo inquebrantável.
Hoje ambição desmedida.
Ontem recolhimento, receio, descrença.
Hoje festejos, sede de conquista, arrojo.

Ontem 8.
Hoje 7.
Amanhã…80?

“Há nos Portugueses uma sinceridade para com o imediato que desconcerta o panorama que transcende o imediato”. Agustina.

6 comentários:

polittikus disse...

O tugga é mesmo assim um imbecil, que perante o futebol, até lhe podem enfiar uma vuvuzela....

teresa maremar disse...

Há nos portugueses também um deslumbramento pelo imediato que depressa passa a olvido.
Ontem também choravam Saramago, hoje verteram lágrimas com o futebol.
Hoje traidor, amanhã herói.
Life... just life.
:)

Miguel Gil disse...

Remate certeiro!
Bonita ode ao nosso fado de ser português, mas sempre com orgulho de o ser, e ser do mesmo povo de Agustina, Pessoa, Saramago, Almada, Régio, Eusébio, Lopes, Gama, Henrique, Gil, Vieira, Camões, Silva, Columbano, e muitos outros… 'Desculpem lá qualquer coisinha' mas gosto de ser português!

J A disse...

Hummm....de todas as formas, uma boa maneira de sobreviver....como qualquer outra.
Porque a única coisa que existe no tempo....é imediata !?

teresa disse...

Subscrevendo o comentário do Miguel Gil (o grande Vieira, mestre Gil e tantos, tantos outros/as...) , entendo o post como pontual ilustração da actualidade futebolística. A título pessoal, esta propensão para incensar e, logo de seguida, lançar para a fogueira, surge como extensiva à condição humana e remonta aos escritos bíblicos ... Como mero desabafo, fica o repúdio por uma expressão comum a diversos compatriotas e potenciadora de alguma alergia: refiro-me à tão utilizada «este país» como se o 'dito' fosse território de exóticos antípodas e não de quem a utiliza...tento diariamente acreditar que não nos resumimos à grosseira caricatura de «atirar garrafas vazias pela janela do automóvel» ou de «caçar lucros chorudos» com a venda (na candonga) de bilhetes para a bola ou concertos mediáticos pretendendo, a todo o custo, agarrar a convicção de que ainda existem Portugueses com maiúscula (espera-se que não sejam assim tão poucos)... Quando, momentaneamente, assoma o desencanto, viajo no tempo a uma época (fugaz, é certo) em que subia a pé o Bairro Alto, rumo ao Instituto Britânico, a olhar para os soldados de cravo vermelho a distribuir sorrisos...Fuga à realidade? Espera-se que não... E surge subitamente o verso do heterónimo-engenheiro: «Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?», presumindo-se que o «largo mundo» extravase as lusas fronteiras (embora não me surpreenda que, nos dias mais próximos, alguém sugira a construção de estátua «em ouro maciço» ao homónimo do mano de Ofélia)...

ruinzolas disse...

Nada tem de anormal deixarmo-nos levar pelas emoções. Mal de nós se perdemos essa capacidade de nos emocionarmos... pelo amor de Deus... estou quase emocionado com este misto de alegria e tristeza...

Era uma vez um imbecil que não sabia que era imbecil. E era feliz... Deixá-lo... O desconhecido não o atormentará enquanto assim permanecer... desconhecido...

Teresa... há em cada "este país" um desprezo por Portugal que me choca. Como se o autor desse "desabafo" se achasse num patamar intelectualmente superior, e tivesse sido investido por uma suprema divindade com o poder de definir ele próprio, qual Deus, a lei e a virtude, o poder de punir descamisados e infelizes que desafortunados não ousaram erguer as mãos e procurar a luz que esse "vice-Deus", ou "Deus interino", soube inteligentemente chamar a si.
Eu disse que me chocava, mas na verdade... estou-me nas tintas para as Inteligências Divinas e Supremas.