11 de janeiro de 2010
PESCADOR DE PÉROLAS
O chegar do tempo em que os degraus são só de descida.
Em conversa consigo mesmo, ia murmurando que nunca aprendemos tudo sobre despedidas.
Uma velha entrevista em que o António Lobo Antunes dizia que apenas fala da morte para a negar, porque ninguém, tenha a idade que tiver, está preparado para morrer.
Ademar Santos em http://abnoxio.weblog.com.pt.
“A morte
regressa sempre devagar
ao lugar da infância
felizes
dos que nunca se distraem
na viagem.”
Luis em http://luisfilipecristovao.blogspot.com
“No fundo, acabamos sempre por chorar a nossa dor, nunca a dos outros. mesmo que a nossa dor seja causada pela dor dos outros, é a nossa dor. é a nossa dor que choramos."
Santo Agostinho, citado de cor:
"Apenas passei ao outro mundo.
Eu sou eu. Tu és tu.
O que fomos um para o outro ainda o somos.
Dá-me o nome que sempre me deste.
Fala-me como sempre me falaste.
Não mudes o tom a um triste ou solene.
Continua a rir com aquilo que nos fazia rir juntos.”
Eugénio d’Andrade chegando mansamente, como só ele sabe chegar:
“Que posso eu fazer senão escutar o coração inseguro dos pássaros, encostar o coração a minha face ao rosto lunar dos bêbados e perguntar o que aconteceu…”
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1 comentário:
Dois breves apontamentos sugeridos pelo post e pelos versos/texto de nomes tão importantes (e um alívio por me lembrar disto com frequência, se bem que de modo menos literário):
- quando os mais próximos nos deixam em presença física, muitas vezes sofremos mais a falta que nos fazem a título pessoal, do que o facto de não terem tido possibilidade de construírem momentos bons para eles próprios;
- os que partem gostam/gostariamde nos ver de bem com a vida, por isso lhes concedemos o estatuto de 'especiais'(e aqui sei que me repito com frequência, não sendo a repetição um auto-convencimento)
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