23 de setembro de 2009

Fim de Verão

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GIRASSÓIS

Tem girassóis amarelos
o meu quadrado de sol

a vida espancada passa
mas no quadrado de sol
aberto sobre o jardim
os girassóis amarelos
velhos
mostram o fim

Luandino Vieira

14 comentários:

erre disse...

Ô Teresa, tu desculpa, mas isto assim de repente fez-me lembrar os girassóis do Zé S.Fernandes... e arrepiaram-se os cabelos da nuca...
risos!

César Ramos disse...

Luandino chamou o fim, mas não é tal!... segue-se a apanha das sementes com as múltiplas aplicações na vida...segue-se a continuidade da espécie com a nova sementeira... de novo
vida...e,lá está:
Lavoisier disse ou não, que na natureza... etc. e tal... tudo se transforma!?

Se quisermos, podemos imaginar aqui o inverso da vida: esta bela Foto, tem... algo de Auschwitz!...
É bom que tal se nos afigure de quando em vez, como fantasmas que podem ressuscitar(...)
Teresa,
Obrigado pela outra Foto,
e pelo sentido de Belo que
esta demonstra.

Anónimo disse...

é do Luandino?

teresa disse...

Saravá, erre!
Espero que já não te assemelhes ao vocalista dos Tokio Hotel ou a um qualquer desenho animado japonês (isto é só uma chalaça, não é para provocar):D

César,

Parei no caminho quando vi este campo tão diferente daqueles que cada um guarda no imaginário e, com algum sentido prático das coisas (também faz falta) não pude deixar de pensar nas 'pipas' espanholas e no óleo de girassol (não tanto em papagaios, mas também será uma associação pragmática):)

... e sim, anónimo, é do Luandino e datado de 1962.

almariada disse...

acho a associação da fotografia e do poema genial! e, se tem algo de Auschwitz, a conclusão não será o medo de que os fantasmas ressuscitem mas a certeza das sementes de novos girassóis, de novos campos de girassóis, de que não faltarão pipas, nem papagaios, nem óleo de girassol... ;)
é que esta imagem associada a este poema faz-nos esquecer que esta é a imagem das colheitas e da abundância... ;)
tentando explicar com mais clareza porque é que considero esta associação genial: porque nos mostra como o que parece óbvio não o é de todo... não há fim e Auschwitz não tem nada a ver com girassóis maduros com o peso das sementes...

teresa disse...

... e é por isso que os textos literários trazem o fascínio de múltiplas interpretações, almariada. Um poema que faz referência a um 'quadrado de sol aberto sobre o jardim', imagem de vida, só poderia apontar para uma permanente renovação, como algumas composições que ouvimos e não se limitam a acorde final/silêncio/acabou (e lá estão os girassóis a deixar cair as sementes na terra). Este texto, aparentemente tão simples, é (modesta opinião) um cântico à natureza:)

Sementes/Renovação/Início de mais um ciclo (poderá parecer banalidade, mas trata-se de uma 'banalidade importante')

César Ramos disse...

Att:
Sra. do comentário das 12:16,

[melhor assim, do que dirigir-me a nomes encriptados]

- Como gosta de filosofia,... devia permitir um diálogo elástico e,... menos 'magister dixit'!

Não afirmei que havia 'fim'!... até 'contestei' isso no poema dizendo: "Não é tal!...
Está lá!... nova sementeira de... vida!

'Desfocando' a foto, apontei para: Auschwitz!...

Infelizmente 'ainda' em todo o lado! Todos os dias, por metáfora ou à descarada, anda por aí pelo mundo, à vista!

Os nossos olhos têm de ver para além do cristalino...!...passando a barreira do óbvio...

Pena não poder postar imagens aqui, p/lhe mostrar:

Tenho à frente uma foto de " n " prisioneiros dos nazis, todos de pé,...cabisbaixos,...esmifrados... "girassóis" secos de 'maduros' e, também,... com o peso das sementes (da revolta),... esperando justiça e continuidade da vida...

César

erre disse...

Saravá Teresa:)
Tranquiliza-te... que as semelhanças ao rapaz dos Tóquio já se dissiparam (porém tive que cortar o cabelo :D )

teresa disse...

... as desculpas se causei incómodo, erre, para mim seria complicado tal opção pois, da única vez que cortei o cabelo mesmo a sério (não me refiro ao 'faz de conta que é um corte') arrependi-me de tal modo que ainda hoje penso nisso (e já foi na pré-História):)

erre disse...

Teresa não causaste incómodo nenhum, risos!
Antes achei piada à coincidência de ter cortado o cabelo e teres o trocadilho do rapaz dos Tóquio... daí ter feito a brincadeira que p/"desfazer" o arrepiado do cabelo ter tido que o cortar ;)

ps: Quanto aos arrependimentos dos cortes radicais, tb já tive os meus ;) espero que desta vez não venha a acontecer :)

teresa disse...

:0)

almariada disse...

eh! não queria ofender ninguém...! ando encantada com a abundância do outono... é só isso! e fiquei fascinada com o modo como essa abundância pode ser utilizada como metáfora de fim e angustia...! enfim... estava a querer animar as coisas... não sei porquê nem para quê...

T disse...

E faz bem em animar o blog e comentar cara Almariada:) Nós agradecemos. É bom ser comentado e ver o blogue vivo. Abraço:)

César Ramos disse...

Olá,... almariada :)

(...) eh! não há ninguém ofendido...! ando encantado c/o crescer de gente neste blog... adoro provocar discussões para que a luz possa delas nascer...! enfim,... nada como uma boa discussão... ou... uma discussão boa!... e sei porquê ... e para quê ...! Foi mesmo para animar as coisas!

Novos girassóis vêm aí... e, vamos todos festejar a Natureza!

Permite-me um Voto de amizade? Bem!... desculpe se lhe causei má impressão!
'Ofender-me' c/ a almariada?... com o seu perfil e espírito desenvolto? "Jamais" (...)
Vá lá, um grande 'saravá' p/si,
do
César