13 de abril de 2009

INDIGNAR-ME É O MEU SIGNO DIÁRIO


Quem tenha lido “A Resistência” de José Gomes Mota, ficou a perceber, preto no branco, como se desenhou o 25 de Novembro e o papel protagonizado por Jaime Neves nesse passo da nossa História. Assim, olhando tão friamente quanto possível, não vê qualquer razão para que Jaime Neves, seja promovido a major-general. Para que isso aconteça outros também o mereceriam, e com mais e melhores razões. Já deu as voltas que tinha a dar e chegou à conclusão que este facto, a não ser que lhe explique o porquê, não é mais que uma reles provocação ao 25 de Abril. Uma das figuras que contesta a decisão é o coronel Matos Gomes: "As Forças Armadas não se prestigiam promovendo um coronel que está há mais de 20 anos na reforma. Não se compreende".
Pelo seu lado Vasco Lourenço disse que para esta promoção de Jaime Neves não vê no seu curriculum militar nada que o justifique pelo que "não há quaisquer razões políticas ou militares que justifiquem uma decisão dessas”.”
Não poderá esquecer-se que, pelo seu papel no 25 de Novembro já Mário Soares agraciara Jaime Neves com o grau de Grande-Oficial com palma da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.
E, de modo algum, poderá ser esquecido que Jaime Neves, ainda hoje, defende que Portugal devia ter continuado em África a lutar pelas colónias!...

Sempre entendeu que aos funcionários públicos se exige competência, celeridade a tratar dos assuntos e amabilidade a tratar com o público. Desde que se lavem todos os dias, que não o atendam a mascar pastilha elástica, ou a falar ao telemóvel, admite que não tem nada a ver com o que os funcionários vestem, com os perfumes que usam, o modo como arranjam os cabelos.
A proibição de as funcionárias da Loja do Cidadão de Faro, inaugurada a 3 de Abril, serem proibidas de usar saias curtas, decotes, saltos altos, roupa interior escura, gangas e perfumes agressivos., é uma coisa tão idiota que não merece que se perca muito tempo com isso… mas fica a pensar naquele pormenor da roupa interior escura e, assim sendo, como o pormenor é fiscalizado…

Segundo decisão do presidente da Assembleia da República os deputados só têm de justificar as suas ausências ao plenário quando faltarem mais de cinco dias. Fora disso “a palavra do deputado faz fé, não carecendo por isso de comprovativos adicionais”.

As farmácias desatarem a vender “genéricos”, em lugar dos medicamentos receitados pelos médicos. Os lobbies e os poderes envolvem-se numa luta por mais e mais lucros. Assim sendo, tal como ancestral consequência quem se lixa são sempre os do costume…
Há uns anos as autoridades competentes garantiam que os genéricos mereciam toda a confiança mas os médicos afirmam, agora, não gostar de receitar genéricos por desconfiarem do rigor do controlo de qualidade a que estes medicamentos são sujeitos.
Confusos?
É assim que se sentem os velhos aqui do bairro, um bairro pobre, reformas miseráveis, desejo de poupar seja no que for…
Disse um dia o cidadão Bertold Brecht, a propósito de algo completamente diferente, que “do rio que tudo arrasta se diz que é violento mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem.”

3 comentários:

teresa disse...

Belo post, gin.
Relativamente a receber condecorações, já se sabe que quem as não merece é que corre sempre solícito aos rituais, fugindo para "o meu quintal", fiquei incomodada quando, há dois anos, a "Senhora do Norte" foi condecorada pelo 10 de Junho, uma pessoa irascível, que odeia a escola e os professores e escreve com tantos erros quantos os do "magalhães" (que o digam os meus colegas do Porto, os episódios contados por vezes a medo são diversos, pois já têm sido ameaçados pela própria quando algo corre menos bem e ela receia fugas para jornais).
Quanto às funcionárias e respectiva indumentária, quando trabalhei numa empresa petrolífera (num andar alto e a fazer trabalho exigente), as recepcionistas,cujo papel era essencialmente decorativo, também foram aconselhadas pelas chefias italianas a moderarem o vestuário, a fim de não atrasarem a subida dos visitantes que lá se deslocavam para tratar de negócios importantes como a exploração de poços de petróleo, transportes aéreos para as plataformas, fornecimento de géneros para os geólogos, etc... portanto não me pronunciarei, apesar de dizer "sem medos" que há indumentárias dos (as) meus (minhas) jovens alunos(as) apropriadas a passear descontraidamente na praia ao fim-de-semana e penso que na escola deveria ser outra coisa, embora sem grandes formalidades, mas sem publicitar outras marcas (estas mais internas) que outrora não surgiam tão evidentes.
Quanto aos genéricos e tendo, actualmente, lido muito menos jornais (situação passageira, é certo), desconhecia a questão da falta de controlo de qualidade: não será mais uma "jogada"? É que mesmo os medicamentos "de marca" são, muitas das vezes, retirados do mercado após muitos anos de vendas, penso que quanto a essa matéria existe muito que desconhecemos e nunca viermos provavelmente a conhecer, embora seja infame que se brinque com coisas tão sérias como a saúde dos mais fragilizados (até financeiramente).

teresa disse...

(as desculpas pelo lençol)

Unknown disse...

O negócio da saúde é que mais me indigna. Desumano.