o salazar e o marcelo decidiam tudo e deixavam para a assembleia nacional a tarefa de discutir sobre coisas tão importantes como o preço do café à mesa, ao balcão e nas esplanadas (sim, isto era objecto de discussão na assembleia).
com este governo, e à falta de oposição (o líder da oposição, o senhor manuel alegre, não tem produzido nada para além de entrevistas e declarações avulsas), os deputados dedicam-se a coisas tão eminentemente importantes como... se podemos ou não chamar autista a uma pessoa que se afasta da realidade .
para colmatar esta enorme lacuna legislativa, o deputado luis carloto marques, propõe em conferência de líderes que fosse proibido a utilização desse adjectivo metafórico.
imagino que brevemente eu não possa chamar coxo ao nuno gomes ou cego ao lucílio baptista para que os coxos e os cegos não se sintam ofendidos.
imagino também que a bíblia, provavelmente o maior amontoado de metáforas reunidas num único volume, venha a ser proibido se os deputados continuarem a não ter tomates para coçar.
é que adjectivos do estilo coxos e cegos é o que mais para lá há
5 comentários:
Dantes era o pequenino, agora o Alegre:)
o alegre, quando passar dos foguetes aos actos, merece todo o meu respeito.
Não é inutilidade. É diarreia.
Cumpts.
… e porque comentários traduzem meras opiniões, não parece que possam ambos – M&M e poeta – ser colocados no mesmo saco. O último, recusando-se conscientemente a fazer parte do “império dos sentados”, vulgo grupo parlamentar maioritário, tem sido (e por isso 20 valores pela coragem) líder da oposição da hoste dos “socialistas não praticantes”, tendo como narrativa de vida um passado com o qual tem sido coerente (e vão mais 20 valores pela coerência), ao contrário do que se verifica com os “intelectuais vitais” da nossa praça).
Quanto a metáforas bíblicas – esta politicamente correcta, pois não toca em handicaps – aplicáveis aos senhores do hemiciclo (absentistas e tudo!, a escolha pessoal seria: “possuídos por espíritos malignos” situação que Eça, a encontrar-se entre nós, se ofereceria de bom grado a exorcizar com “umas boas bengaladas”, dado que nem para um duelo se encontram à altura.
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