Vocês desculpar-me-ão, mas já estou como o Churchill. Arranjem-me um sistema menos mau que a democracia e eu alinho. Em bom português: o discurso de Reclus é retórica oca, demagógica e desonesta, tentando um retrato a preto e branco, isto é, totalitário. O discurso do não vale a pena votar é demissionário e auto-desculpabilizador. As alternativas conhecemo-las bem: a Etiópia, a Eritreia, a Arábia Saudita, o Turquemenistão, por exemplo, estão aí para as demonstrar.
Muito bem, alguns não querem votar. Espero ansiosamente pelas propostas alternativas. E se é por preguiça, ok. Mas depois não se queixem.
Num óptimo livro que deu origem a um péssimo filme, Starship Troopers, Robert Heinlein levantava uma outra possibilidade ainda mais polémica: só tinha direito de voto quem aceitava servir o seu país (no caso do livro, o planeta Terra) como militar no activo, isto é, quem estivesse disposto a morrer pelo seu país. Ora aí estava uma ideia curiosa.
Votar importa. Faz toda a diferença. Quem não gostar de nenhum dos candidatos, vote em branco. E não tenho nenhum problema em ser politicamente incorrecto e achar que quem não vota comete um erro que nos lesa a todos.
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