5 de novembro de 2005

a exploração dos vinílicos, parte ainda faltam muitas

esta semana andei a vasculhar os discos de vinil porque precisava de devolver o único disco que tinha em meu poder que não era meu.
estava-me emprestado há uns.... 30 anos.
um daqueles excelentes almoços em que reunimos os amigos do peito da minha adolescência foi o mote para o efeito.

o desfilar de capas até encontrar o dito album de mike harrison, fez-me sentir imensas saudades de imensos daqueles discos.
hoje, enquanto bricolava o que virão a ser umas portas para uns armários, foi buscar dois desses discos.

um

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fe, dos souled america.
uma banda de chicago fortemente influenciada pelos the band, dylan e alguns sons de rock sulista.
honestamente, não sei se ainda mexem nem sei o que farão os seus membros.
perdi-lhes o rasto com a morte da editora para onde gravavam (a rough trade americana).
a eles, como à maioria dos excelentes músicos americanos que tinham naquela editora uma âncora e um suporte para a sua carreira.
passados 27 anos de ter sido editado, ainda é um disco a recomendar vivamente.


o outro,


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é o coincidence and other likely stories, da buffy sainte-marie.

a buffy sainte-marie é uma nativa americana (como agora se chama aos índios) de nacionalidade canadiana agora com uma respeitabilíssima idade.
órfã quase logo à nascença, foi criada (de acordo com a tradição das tribos do norte da américa) por uma familia de uma outra tribo próxima.
deixou a tribo e o canada nos anos 60 para ir viver para greenwich village, em new york, onde rapidamente se tornou um símbolo da luta dos nativos americanos pela afirmação da sua identidade cultural.
é famosa dessa época a sua banda sonora para o filme 'soldado azul', onde pela primeira vez os nativos americanos são mostrados como pessoas com sentimentos e não os tradicionais selvagens.

este disco foi o regresso da buffy sainte-marie após quase 20 anos sem gravar.
mas para quem esperava o regresso da hippie exótica, o resultado não podia ser mais distante do expectável.
buffy sainte-marie gravou este disco em sua casa, directamente para um computador macintosh. gravou todas as vozes e quase todos os instrumentos... e enviou o resultado via modem para londres para ser misturado.
tirando o facto de isto em 1992 ser um facto absolutamente único, o resultado é um disco deslumbrante.
um heargasm puro.
um disco obrigatório!!

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