26 de fevereiro de 2005

Da capo: Vikram Seth - Uma música constante

[...]se nota que el escritor no es músico. No ha sabido describir la pasión que produce la interpretación de la música. [...]en relación con la música [...] falta la presencia de lo carnal, que a fin de cuentas es lo que somos. Luz, 24/02/05

É verdade. Poderá quem nunca fez música descrever adequadamente o acto? Pelo menos pode tentar. Esta tentativa é brilhante, apesar das suas limitações. O acto físico de fazer música, neste livro, é, apesar de tudo, aflorado de forma convincente para quem não faz música. E as imagens usadas são fortes, marcantes.

Um pormenor que, apesar de tudo, poderá ser importante: li o original e adorei o livro. Tentei a tradução e tive de parar a meio. A verdade é que Seth é um mestre da língua – e quem tiver dúvidas leia o primeiro romance dele, “The Golden Gate”, escrito integralmente (índice, dedicatória e todo o texto) em sonetos isabelinos. O inglês dele tem uma musicalidade impressionante – e isso faz diferença.

Mas claro que fazer amor e ler sobre o amor são coisas muito diferentes. E o que é fazer música senão uma forma de amor?

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