Os dados de crescimento económico da Penn World Table dizem que Portugal cresceu mais que a Espanha no final dos noventas, princípios dos zeros. Mas as taxas calculadas por mim a partir dos dados da OCDE dizem aquilo que é mais ou menos do conhecimento comum (ou seja, aquilo que vem nos jornais): a Espanha cresceu muito e Portugal cresceu pouco.
Utilizar dados monetários é sempre uma grande chatice: é muito difícil escolher qual a definição de moeda a usar, se "high powered money" ou se antes M3 ou qualquer coisa intermédia. E ainda por cima parece que essa escolha é relevante: esses agregados respondem ou são respondidos de maneira diferente pela outras variáveis cíclicas.
Entretanto os quatro países Vysegrad (tenho de descobrir o que quer dizer esta palavra) andaram com governos de esquerda enquanto que a maioria da população votava à direita tudo porque a direita estava pulverizada em pequenos partidos que não queriam fundir-se. Isto em meados dos noventa, na Polónia, Hungria, República Checa e Eslováquia. O parque com catedral de Vysegrad, em Praga, é muito bonito.
Estive a ler o site de Xobineski Patruska. Tenho sempre a impressão que dantes era Petruska e não Patruska. Será que lia mal? Ou que não lia? Ou será que era mesmo Petruska? Só agora que esse site é actualizado de quinhentos anos em quinhentos anos é que eu o descobri. No início, a publicação era mais regular. Às vezes tenho a impressão que quanto melhor as pessoas escrevem mais medo têm de continuar a escrever. Têm medo de decepcionar após terem feito qualquer coisa muito boa. É por isso que os aspirantes a Eças de Queirozes devem ter o hábito saudável de escrever uma caralhada ou outra de vez em quando.
Ontem senti que pela primeira vez o júri do Ídolos teve dois pesos e duas medidas: não fez qualquer reparo à falta de originalidade da Gabriela, que se limitou a imitar a Sara Tavares, mas logo a seguir criticou não muito justificadamente a falta de originalidade daquele que cantou a seguir e que já não me lembro quem foi.
Acho que o Paulo é mau cantor. Para além de parecer que sofre de paralisia em relação à metade inferior do corpo e também em relação à metade esquerda, ele passa dos registos moderados aos fortes sem qualquer sentido artístico.
Pior é a candidata da esquerda, a Luciana: ainda que do ponto de vista técnico seja irrepreensível, o seu sentido artístico é nulo. Não compreende que o significado daquilo que canta tem implicações para a forma como canta. Para ela cantar uma letra em português ou norueguês é a mesma coisa. A escolha dos fortes e dos moderados, das diferentes entoações, não é feita com o objectivo de salientar o significado do poema mas sim dar a ela o ensejo para demonstrar as suas capacidades pessoais de domínio de voz. Ela não é uma cantora artista, é uma cantora desportista: para ela cantar não é exprimir artisticamente significados mas sim demonstrar força e resistência numa prova de endurance. O resultado é desinteressante e cansativo.
Lamento que a candidata da direita, a Raquel, tenha esta semana decidido colocar-se na posição de coitadinha doentinha e que apesar de coitadinha e doentinha deu o litro. Na direita não pode haver queixumes. Só ambição e acção.
A Helena, a candidata do bloco central, foi expulsa. É muito estranho que aqueles que agradam à esquerda-centro, centro-direita, não ganhem eleições. Mas a Helena, de facto, não tem nada a ver com o PS nem com o PSD: ela é claramente uma militante do SPD alemão. E acho que o rockeiro Sérgio é uma espécie de militante do PCP: é honesto, tem convicção, mas faz sempre do mesmo. Não sai dali, não sai do mesmo "registo", e o registo tem qualquer coisa de antiquado.
Eu sei que não tenho nada a ver com o assunto. Mas a substituição do Carlos Carvalhas pelo Jerónimo de Sousa parece das coisas mais atrasadas de sempre. Que atraso de vida! Que coisa desadequada. Substituem o dinossauro com ideias velhas e amarrotadas pelo dinossauro empalhado já com ideias amarrotadas e velhas.
Usar uma camisola azul bébé com "gola" em bico e camisa azul clara fica bem com calças de ganga rebeldes e ténis pretos. É uma coisa que descobri hoje. Seja como for, sinto que o nevoeiro à uma da tarde foi uma traição. Eu sabia que isto ia acontecer. Eu sabia que isto tinha de acontecer. Mas não que seria hoje.
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