22 de maio de 2011

Os passos perdidos



Penso voltar um destes dias ao local por ainda há pouco, rumo ao sul, ter chegado à conclusão de não o percorrer há mais de duas décadas.
Traz esta rua à memória  descontraídos dias de veraneio, ainda no início de estação, quando havia as verdadeiras férias grandes. Em casa alugada e a convite de uma colega de liceu, a rua era invadida por pequena multidão ao cair da noite. A visita imprescindível à casa de gelados, onde já sabiam que – não gostando dos mais doces - pedia um único e eleito sabor: limão. O rapazito sorridente no atendimento já partilhava uma piada cúmplice e, mal me via ao balcão, exclamava «xólimão» em tom bem humorado e a rasgar sorrisos.
Por vezes revisitar locais, filmes, canções traz-nos certo desencanto: a magia de outrora parece residir no departamento ficcional. Parte da sensação deve-se à noção espacial, hoje totalmente alterada . Quando se retém na memória algo de grandioso acaba por se concluir que afinal tudo era tristemente acanhado. Por outras ocasiões, a agradável surpresa a sugerir termos cessado a visita ainda na véspera.
Acredito que muitos terão passado por aqui. Conseguirão identificar a rua e a localidade?

(título do post coincide com o do romance homónimo de Alejo Carpentier que, segundo reza a estória, terá levado Gabriel Garcia Marquez a refazer o manuscrito do seu Cem anos de solidão)

Rua dos Pescadores na Costa da Caparica, como bem referem o anónimo e a Branca.

7 comentários:

Beatrix Kiddo disse...

não sei onde fica mas o post fez-me lembrar isto: http://tenhoestadoalerwhitman.blogspot.com/2011/04/o-prazer-que-tomba-tomba-para-todo-o.html

gostei

Anónimo disse...

será a rua dos pescadores na costa da caparica?

Branca disse...

Também me parece a Costa da Caparica de outros tempos.

teresa disse...

Belo nome de blogue e interessante post o que refere, Beatrix. Obrigada:)

teresa disse...

Certo, anónimo e Branca, é mesmo a Rua dos Pescadores na Costa da Caparica.

Carlos Caria disse...

Era nesta Rua que comia as minhas Cassatas e sandes geladas.As melhores do Mundo. Que boas memórias. Agora está, se ainda existe, um loja de trapos caros e suspeitos na qualidade.

teresa disse...

Interessante comentário que aqui deixa o Carlos Caria.

Já estou a prever que quando revisitar a R. dos Pescadores a irei encontrar muito mudada.

Cumprimentos:)