18 de outubro de 2010

A permanente idade dos porquês...

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(imagem: Universidade do Ohio)

A contestação sobre os alimentos geneticamente modificados levou, há mais de uma década, a contactos informais entre os dois lados do Atlântico. A mega empresa Monsanto com sede em St Louis chegou a levar a cabo – como será do conhecimento de muitos – um programa de experimentação sobre o efeito de transgénicos na alimentação humana, alegando a necessidade do estudo acerca dos efeitos dos géneros vegetais manipulados. Os testes foram efectuados em seres humanos. O conhecimento de tal experiência e consequente divulgação junto da opinião pública contribuíram, de forma marcante, para uma descida a pique das acções da firma.
A companhia visada acabou por se retractar apresentando publicamente um formal pedido de desculpas. O motor deste desfecho terá sido a mobilização cívica dos cidadãos em diversos países europeus.
Não são aqui apontadas em jeito panfletário a validade de medidas pontuais que passam por gestos mais ou menos divulgados nas notícias como o incendiar de plantações ou outras acções inscritas em idênticos moldes. Testes fidedignos e o papel mais nobre da comunicação social (o de esclarecer  passando previamente por uma séria investigação ) seriam, decerto, as medidas de transparência ditadas pela sensatez. Sabe-se que é complexo prover à alimentação das populações à escala mundial (não se irá estender a presente reflexão a uma má distribuição de alimentos pelo planeta, matéria para diversos posts). A título ilustrativo, uma observação pessoal e diária prende-se com a oferta de espécies no sector de peixaria de qualquer supermercado. A variedade de outrora tem vindo a ser reduzida a espécies de aquicultura e a dois ou três qualidades de moluscos. Não sendo objectivo deste post o contributo para o tal pessimismo que uma qualquer estatística referiu ser característica nacional, há – no mínimo - que esperar a transparência ditada pela ética : alguns biólogos e estudiosos de nutrição apontam o dedo acusatório à alimentação, utilizada em alguns países, destinada à criação em viveiro de espécies como o salmão, o robalo e a dourada. Em defesa de uma população mais saudável e sem o intuito de alarmismos há direitos inalienáveis. Um deles prende-se com o que de modo fundamentado e consciente queremos ou não consumir .
Como um dia e sobre esta matéria afirmou Joseph Bové : «Queremos ser nós a decidir».

Consulta: Noam Chomsky, Duas horas de lucidez

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