Capas e sociedade
Estas duas capas são elucidativas: a da esquerda é de 1972, a da direita de 1965. Nas duas, a noiva aparece acompanhada pelo aparelho de televisão. Os retratos de família são substituídos porém pela aparelhagem de som na de 1972. Note-se o luxo dos naperons e cortinados na foto de 1965. Em sete anos apenas o estilo modifica-se.Estas capas contam a história privada da sociedade portuguesa.
2 comentários:
T. bem visto!
Estas capas representam bem a maioria dos portugueses da época.
(Não reparaste que em 65 havia um tapete que é substituído por uma alcatifa em 72)
Contudo, numa análise acrítica da Crónica Feminina, estas capas além de poderem agora ajudar a contar a história dos anos 60 e 70 do século passado, foram, por imitação das leitoras, formadoras de mentalidades, respondendo a ou manipulando ensejos e desejos, criando ou impondo modas, moldando vivências, valorando estares e atitudes, homogeneizando a comunidade.
Numa análise critica da Crónica Feminina, considero que estas tiveram o seu papel na defesa de um tipo de moral e bons costumes, assente na família, na igreja católica e no regime, contribuindo fortemente para a estagnação social e cultural do povo português, com reflexo ainda nos dias de hoje.
Depende...o primeiro período das Crónicas, corresponde a outro tipo de revista, não aquela que conhecemos a partir dos meados dos anos 60. Mas isso só com uma análise de conteúdo das mesmas, por enquanto é só a ideia minha baseada na ideia de uma pessoa que conhece a fundo esta publicação e as pessoas que a fizeram.
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