Uma geração de artistas, extraordinária e irrepetível, formada, entre outros, por Stuart de Carvalhais, Emmerico Nunes, Carlos Botelho, Jorge Barradas e Bernardo Marques, teve o triste condão de nascer e viver num país que não os soube aproveitar ou apreciar.
Pintores, desenhadores, caricaturistas, o génio neles existente permitia-lhes a distinção em tudo o que assinavam, dispersando as obras por jornais e revistas, capas de livros, cartazes, enfim, trabalhos que lhes davam escudos com que sobreviver.
Julgo que hoje em dia sabemos bem o lugar de destaque que ocupam, talvez saibamos até honrar as suas memórias, mas coloco a mim próprio, amiúde, a questão:
Se eles vivessem agora, Portugal dar-lhes-ia o destaque merecido?
A resposta parece-me óbvia.
E pouco tranquilizadora.
Pintores, desenhadores, caricaturistas, o génio neles existente permitia-lhes a distinção em tudo o que assinavam, dispersando as obras por jornais e revistas, capas de livros, cartazes, enfim, trabalhos que lhes davam escudos com que sobreviver.
Julgo que hoje em dia sabemos bem o lugar de destaque que ocupam, talvez saibamos até honrar as suas memórias, mas coloco a mim próprio, amiúde, a questão:
Se eles vivessem agora, Portugal dar-lhes-ia o destaque merecido?
A resposta parece-me óbvia.
E pouco tranquilizadora.
(Cartaz de Carlos Botelho, feito em 1927).
4 comentários:
Há vários componentes que ditam o sucesso de uma carreira, sem contabilizar o valor pessoal e artístico...
Cada "artista" que tiver um nome estrangeiro, tem à partida maior protagonismo que um com nome marcadamente lusitano... se jogar golf e/ou aparecer na Caras ou qualquer outra literatura similar, também será levado em conta.
Há ainda os lobbies : gay, maçon, socialista ou outros que tais... que acabam por promover a mediocridade ao estrelato...
Outra forma é ter um curriculum que tenha passado por Paris, N.Y, Londres ou outra capital mais "in"...
Todos os que não se enquadrarem nestes parâmetros, têm à partida uma dificuldade muito maior para se afirmarem como dignos profissionais e na maior parte só serão reconhecidos postumamente.
Viva Portugal e suas eminências pardas!!!
E trabalhavam que se fartavam. É impressionante o que produziram.
Pois é....o "reconhecidos postumamente" é um insulto a muitos que apesar de profundo talento....passaram fome.
É uma espécie de atestado de cretinice e falsidade que a sociedade passa a si própria....
Van Gogh vendeu UM quadro durante a sua vida....
Já agora as mulheres: Ofélia Marques, Mamia Roque Gameiro, Helena Roque Gameiro, Guida Ottolini, Sara Afonso e tantas outras:)
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