11 de fevereiro de 2010

Ainda Donovan ou o prometido é devido

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Há pouco mais de uma semana, lembrei-me daquelas manias dos 13 anos como a de formar um Donovan’s fans club (ainda o tentei com a amiga Tuxa que não voltei a rever). Tudo isto veio à lembrança a propósito de uma imagem da Atlântida e de uma fotografia do músico escocês por aqui deixada . Hoje e à distância, não posso deixar de sorrir e de evocar a ideia camoniana do Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades… o que nem a tudo é aplicável, embora o seja neste particular.
Reparei então que outras duas Teresas também tinham sofrido o contágio da donovanmania. No caso pessoal e no início dos teens, olhando a questão com a imparcialidade só possível pela distância temporal, penso ter sido o gosto, em primeira instância, explicável na adolescência pelos angelicais caracóis do cantor, bem como pelo nariz «batatinha» que o tornava tão cute.
Não querendo minimizar Donovan, ouvi sem cessar temas como Colours (quanto a este confesso que era o som do banjo e da harmónica que me fascinavam), Universal Soldier e o sempre marcante Catch the wind , este último continua a ser ouvido e já sem os ruídos do vinil…
Posteriormente, terá sido Atlantis com o fantástico scottish accent a ser tão ouvido a ponto de o dizer de cor e na íntegra quando estava sozinha para não incomodar ...
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Na sequência de um prometido (e cumprido) post da Teresa no qual apresentou um single deste escocês na sua Gota de Ran Tan Plan, ficou referido em comentário que a minha réplica não se faria esperar. Após buscas pela arrecadação, o sítio mais caótico da casa, lá desencantei os sobreviventes. Neste local ainda espero - nem que para tal recorra a um GPS – vir a encontrar outras preciosidades.
Apesar dos inúmeros discos hoje desaparecidos (bem como livros, mas o tempo segue em frente e nada de lamentações sobre a matéria), surgiram memórias que me fizeram sorrir, tendo-me levado à reflexão sobre o facto de terem algumas resistido em matéria de gosto ao desgaste do tempo. Talvez venha a referir alguns desses discos, por terem sido responsáveis pelos acordes que o meu irmão «crescido» tocava na sua guitarra de 12 cordas e que nos levaram à invenção de hilariantes letras em português, tendo sido um dos hoje encontrado o Sam “Lightnin” Hopkins da colectânea History of Jazz a reavivar o nosso espírito inventivo de então.
Quanto ao single Atlantis – hoje desaparecido – consigo lembrar-me de memória da sua capa em tons de azul e amarelo, bem como do lado B (há sempre um lado B, quem se não lembra do What’s the difference do fugaz mas histórico Scot McKenzie?), carta de um soldado do Vietname para a namorada de nome Susan, a viver na costa ocidental dos Estados Unidos: To Susan on the West Coast waiting/ from Andy in Vietnam fighting. Dou comigo a pensar como ficam estes detalhes gravados no pensamento e, quando colegas mais jovens me dizem que gostariam de, um dia, ter a «minha» memória, chega o sincero desejo de que o desígnio se cumpra pois, apesar de não me considerar nostálgica, são também estes detalhes a trazer alguns sorrisos ao quotidiano.

4 comentários:

Anónimo disse...

Justamente postei o Sunshine Superman...dada a situação.
Mas gostava bem do Donovan!

teresa disse...

Grande coincidência, Donatien.

Já passei por lá e confirmei:)

Joao Augusto Aldeia disse...

A propósito, um pensamento para a autora de Universal Soldier, Buffy Sainte-Marie, extraordinária compositora de canções como Until It's Time For You To Go (mais conhecida na voz de Elvis) ou Take my hand for a while.

teresa disse...

Que bela memória reavivada, a de Buffy Sainte-Marie, obrigada:)