12 de dezembro de 2009

Couves e hortas a partir de um post do Gin-tonic

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O post do Gin-tonic sobre as couves no quintal de um familiar e o facto de precisar de ir à horta antes de fazer o almoço, levaram-me até à parte escondida da «chácara». Soube ontem através de uma colega de faculdade, conterrânea do escritor Jorge Amado, qual a diferença entre as terras designadas por «sítio», «chácara» e «fazenda», tendo considerado por bem aplicar o recente conhecimento…
O frio que se tem feito sentir aqui para os lados de Sintra logo que o sol se começa a esconder, terá sido responsável – vou confirmar com o hortelão – pelo tom menos verde das couves portuguesas em crescimento para a consoada.
Acabei por colher um ramo de coentros para fazerem companhia à salada do almoço. Ainda bem que o incansável cultivador partilha com a escriba o gosto por estas ervas aromáticas. As ervinhas, sim, estão saudáveis e a ocupar uma considerável extensão.
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Já de regresso à cozinha, tendo colhido um belo ramo desta «salsa árabe», bem como alguns limões que ainda não estão na melhor fase de cor e de maturação (os apanhados do chão estavam mais amarelos e sumarentos pelo que foram poupados os das árvores), fiquei a pensar: «ainda bem que o Sr. Luís, apesar de nortenho, não tem a aversão a estas ervas aromáticas tão típicas da ‘moirama’»… é que tendo conhecido por motivos profissionais gente de todos os pontos do país (ilhas incluídas), nunca entendi uma amiga do Porto que me dizia não perceber o que nós , mais a Sul, víamos nesta ervinha que eu, em terras distantes, cultivava em floreiras na varanda. Deixou mesmo escapar que «coentros sabiam a mosquitos»…
Disse-me há dias o jardineiro que um surto de roedores destruiu o cultivo de favas e – espanto dos espantos – de umas promissoras ervilhas-de-cheiro recém-semeadas num canteiro de flores, junto à porta da cozinha. Estes animais cujo nome e dimensões me abstenho de mencionar (tabu assumido e fobia mais do que declarada) já foram «drasticamente punidos/as», mas lá se perderam as leguminosas, bem como as coloridas e perfumadas flores que povoavam os sonhos de quem valoriza estas pequenas-grandes coisas do quotidiano.

7 comentários:

gin-tonic disse...

OLhar os coentros da horta da Teresa e sentir o quanto eles sorriem. Ocorre-lhe os coentros ranhosos que comprou, ontem, no "Pingo Doce", um reles saquinho por 90 cêntimos. Até eram verdes... mas não sabiam a nada...
Um gosto interminável por tido o que leve coentro... ainda há-de aventurar-se a um bolo com coentors... há-de...
Talvez seja aquela neblina, a norte ou a sul do Cabo da Roca, que os põe acima viçosos. O pior é quando essa neblina vira geada e tudo destrói...
E não falemos das toupeiras, os pesadelos do primo estão preenchidos com elas...

Luísa disse...

Lamento, mas eu sou mais para a salsa e já estou como a sua colega... "sabem a mosquitos", até o cheiro me dá cabo do sistema, eu cá digo que parecem bichos fedelhos (um insecto que cheira muito mal e que eu só conheço com este nome, ainda que podendo estar errado)! E sempre que quero comer carne de porco à alentejana eu pergunto: "com salsa ou com coentros?", se for a segunda hipótese... escolho outra coisa...

teresa disse...

Caro Gin,
Vá-se lá saber porquê, o clima sintrense destrói mais rapidamente as couves do que os coentros que se mantém verdinhos até ao fim... e não foram as toupeiras, não (a melhor forma de as afastar sem as torturar é colocar bolas de naftalina debaixo da terra, recusei-me a utilizar aquelas armadilhas vendidas no grémio que as matam por asfixia), são mesmo - escrevo com coragem renovada - as infectas 'ratazanas', embora a essas não me afecte saber que já expiraram até ao último espécime...

Luísa,
O facto de a minha amiga Dulce ter dito que «coentros sabem a mosquitos» fez-me pensar: «será que alguma vez provou insectos?»... sendo quase toda a minha família do Norte, nestas coisas sou muito do Sul, e viva o sabor destas ervinhas, embora respeite outros gostos (procuro ser 'open mind'). Para mim, salsa é para as pataniscas e para juntar à cebola picada:)

Um óptimo domingo para ambos.

Luísa disse...

O "sabem a mosquitos" é muito fácil de explicar. Já bebeu perfume ou comeu rosas? Mas; ás vezes não há quem diga: sabe ao perfume X, sabe a rosas... A proximidade do nariz à boica faz destas maravilhas!! Assim, mesmo não se comendo mosquitos... sabe a mosquitos. :D
Bom Domingo para si também.

teresa disse...

Já comi rosas e não apreciei: os búlgaros utilizam-nas em recheio de bombons ou noutras preparações culinárias e a sensação com que fiquei foi a de ter ingerido água-de-colónia:)

Luísa disse...

Vê... afinal sabe o que significa a "coisa"...

Agora que vim ver a resposta, reparei que o meu segundo comentáro está simplesmente miserável no que respeita a letras a mais, má pontuação, má acentuação e provavelmente mais qualquer coisa que eu não vi... :s assustador!!!!

teresa disse...

Luísa,

quanto à pontuação e troca de letras, por vezes também me acontece... 'don't worry, be happy':)