16 de abril de 2009

Contrastes - evocando a manhã de Abril

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(Calçada da Ajuda, imagem:prof2000)

Em lágrimas e rios se define
a dialéctica da esperança
nas lágrimas que são o espanto e o frio
nos rios, a torrente que não cansa

De contrários se faz toda a harmonia
e nascem as crisálidas, nas casas,
entre o sonho e o preço da alegria
no desenho do voo antes das asas

Assim meus versos noutros explicados,
contradições, crisálidas, bolor,
me levassem à fonte donde corre ,
a harmonia do canto libertado.

Carlos de Oliveira

8 comentários:

Unknown disse...

"Em lágrimas e rios se define
a dialéctica da esperança
nas lágrimas que são o espanto..."

Espanta-me a intensidade da esperança que, ultimamente, sinto renascer em mim... Difícil de verbalizar...
Percurso de LUZ, Sonho a acalentar...
:-)
Obrigada pela partilha!

teresa disse...

Olá,
Ainda bem que gostaste. Quanto à fotografia, o que despertou a atenção, foi o tanque militar e, na parde do edifício, a campanha eleitoral com a fotografia de Marcelo Caetano. Já não me lembro para quando estariam marcadas as "eleições".

carlos disse...

estas eleições foram em outubro (?) de 1973.
por acaso tenho uma foto minha desse mês com esse subject...
vou postar isso....

teresa disse...

É curioso como o cartaz ainda se enocntrava em tão bom estado, eu diria mesmo : em "estado novo" (esta não saíu lá muito bem). Aguardemos, pois, o post:)

carlos disse...

antes de abril de 74 não se subiam a escadotes para rasgar cartazes da acção nacional popular...

gin-tonic disse...

Sim, havia tarefas mais importantes a fazer do que rasgar cartazes... Ao contrário dos muitos milhares que no dia 25 de Abril vieram para as ruas, as mãos para essas tais tarefas não eram muitas... poucos davam a cara... e eram quase sempre os mesmos...

teresa disse...

Para concluir, lembro um estimado professor de nome Alberto Ferreira que contou, nos tempos em que viajava pelo país ainda como regente agrícola, ter sido "apanhado" numa recepção a Salazar e, como não gritou com a multidão as palavras de ordem "quem manda? etc...", acabou por "acordar" deitado no chão e a levar uma carga policial. Se assim sucedeu com quem se deixou ficar quietinho, o que seria se algum cidadão fosse visto numa escada a arrancar cartazes do partido único?

Josué do Cordel disse...

Vendo as fotografias eu sonho em visitá-la.
Beijos