8 de março de 2009

... e outras memórias musicais (como sugestão)

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Lembram-se deste senhor? Como se chama?
E acertou o Fernando, pois trata-se do catalão Juan Manuel Serrat
Errata: o nome deste senhor é Joan Manuel Serrat (com os devidos agradecimentos ao Daniel Abrunheiro)

Letra:
Todo pasa y todo queda,
pero lo nuestro es pasar,
pasar haciendo caminos,
caminos sobre la mar.

Nunca perseguí la gloria,
ni dejar en la memoria
de los hombres mi canción.
Yo amo los mundos sutiles,
ingrávidos y gentiles,
como pompas de jabón.

Me gusta verlos pintarse
de sol y grana, volar
bajo el cielo azul, temblar
subitamente y quebrarse.

Caminante, son tus huellas el camino y nada más.
Caminante, no hay camino. Se hace camino al andar.
Al andar se hace camino
y al volver la vista atrásse
ve la senda que nunca se ha de volver a pisar.
Caminante, no hay camino sino estelas en la mar.

Hace algún tiempo en ese lugar
donde hoy los bosques se visten de espinos
se oyó la voz de un poeta a gritar:
«Caminante no hay camino, se hace camino al andar...»
Antonio Machado

Sugestão:
O caminho faz-se caminhando:
Há quem nele vislumbre
Uma ânsia de chegada.
Há quem nele se abrigue na espera
Aguardando os guias
Na comodidade do gesto.
Seguirão, muitos,
Pela brancura lisa das lajes
Sem lama ou poeira.
Poucos hão-de escalar montes escarpados
Em incessante busca
Do foco luminoso.
Muitos dormirão os sonos pesados
Na indiferenciação das horas.
Alguns ficarão suspensos
Em madrugadas de silêncio,
Onde não cabem a confusão ruidosa
Ou a embriaguez do vinho:
Somente o súbito canto da ave matinal.

5 comentários:

Anónimo disse...

Não tenho a certeza, Teresa, mas arrisco!

Juan Manuel Serrat?

Fernando

teresa disse...

Certo pela segunda vez.:)

Daniel Abrunheiro disse...

Trata-se de um enorme senhor da canção de Espanha. Duas curiosidades: JM Serrat mereceu, no princípio dos anos 70, uma biografia crítica do grande escritor Manuel Vásquez Montalbán; e, salvo erro em 1968, teimou que haveria de representar Espanha no Eurofestival da Canção em catalão - Franco não permitiu o "desaforo" e fez com que a canção vencedora do Festival de Espanha fosse atribuída a outra voz. Dizem as boas-línguas que essa canção, significativamente intitulada "La la la", ganhou o Euro F. por corrupção (dinheiros por fora para reagir ao isolamento da ditadura(.

Daniel Abrunheiro disse...

ah - é Joan, não Juan.

teresa disse...

Caro Daniel,
os eurofestivais tinham "dessas coisas" se nos ativermos a países com conjunturas como a Espanha franquista ou o Portugal de Salazar.
O seu comentário trouxe-me à memória a medida "política" que consistiu na escolha do intérprete angolano Eduardo Nascimento a entoar o tema "O Vento Mudou" em época próxima ao "La,la, la" da espanhola Maciel(quem não se recordar pode procurá-lo no Youtube)quando nos distanciávamos do resto do mundo por motivos diversos, sendo um dos principais a teimosia em nos mantermos "orgulhosamente sós" com políticas coloniais caducas e com uma guerra obsoleta.
Na época, nem sei como (escapada à censura) a revista Flama, parodiando o texto da canção entoada por Nascimento, fez uns versos que sei de memória e hoje poderiam ser mal-aceites (por mal interpretados) motivo pelo qual não os irei transcrever. Só passou na "censura pessoal" o seguinte: "enquanto vocês usarem barrete/o vento não muda nem mesmo a cacete":)