Imagino, por detrás de tão belas portadas – apesar do ruído do tempo – um serão familiar: o pai , confortavelmente sentado numa poltrona, lendo "O Século", a mãe costurando com serenidade, as crianças, no chão, a brincar com carrinhos… um agradável aroma que prevalece após o jantar. Enfim, um cenário da burguesia lisboeta de fim de século...
Como o progresso – seja ele o que for – não se compadece de lamechices, o tempo foi, neste caso, implacável. Onde terá sido captada a imagem?
Como refere o comentador anónimo, o edifício situa-se no Campo Grande e, infelizmente, a degradação de tão belo prédio parece dar que pensar...
6 comentários:
não sei onde foi, mas está alí um cartaz da CML por cima, não está?
engraçado que, quando me passeio entre ruinas é sempre assim que sinto ... risos, choros, passos no soalho, o primeiro choro de um bebé acabado de nascer, cães a ladrar nos quintais, conversas de comadres. às vezes pareço maluquinha, mas é o meu "ópio" desde criança.
um bj e obrigada por esta partilha fantástica que aqui fazes.
5 de Outubro
Mocas,
Será uma defesa da nossa parte contra o "aperto" por nos depararmos com tamanhos maus tratos a edifícios tão bonitos? Também gosto de "sonhar acordada" construindo estas estóris, fugindo, desse modo, a alguma realidade menos risonha, a do desrespeito por tão lindos edifícios.
bj
Anónimo,
Lamento... mas não se trata da 5 de Outubro (isto da minha aversão aos transportes e de ter, no presente ano,algum tempo para andar a pé, torna-se num "ganho para vos fazer pensar...):)
"estórias"...
O edifício está no Campo Grande e a sua destruição programada é um dos maiores e mais recentes crimes so património da cidade.
É verdade, caro anónimo, o edifício situa-se no Campo Grande. Ao ter lido a sua expressão "destruição programada", senti ainda maior indignação (sim, "indignação", pois não pertenço à categoria dos "politicamente correctos").
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