10 de fevereiro de 2009

Chocolate quente e fins de tarde

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Sempre ouvi dizer que não se é bom advogado em causa própria, mesmo assim vou realçar – à semelhança de outros postadores – o encantamento do chocolate nos estados líquido e sólido. Quando, ocasionalmente, os meus pais iam ao teatro ou deambulavam por Alfama, com amigos, nos tempos em que ainda era vivo o castiço Alfredo Marceneiro, antes de regressarem a casa, faziam uma paragem pelo Cacau da Ribeira. Nunca lá fui, do mesmo modo que só entrei numa casa de fados já era uma “rapariga crescida”, como se diz aqui pela região saloia.
Apesar de não ter participado na tão anunciada experiência iniciática do chocolate quente fora de horas, ainda tenho – de quando em vez – o privilégio de apreciar uma belíssima chávena desta poção mágica, a legítima, fabricada pela minha mãe que sempre foi uma excelente druida na cozinha.
Por este conjunto de ideias, arriscarei a seguinte afirmação: os achocolatados para misturar no leite são falsificações de maior ou menor qualidade, bem como o chocolate branco ou light, a cerveja sem álcool, o pão empacotado, sem côdea, isento de colestrol e tantas outras invenções modernaças.
Ainda hoje penso que não há nada como um honesto bombom de ginja da original Regina “a verdadeira,a legítima” que, de acordo com a classificação pessoal do meu, passo a redundância, TTGP :Top Ten de Gulodices Pecaminosas figura, em plena justiça, no primeiro lugar.
Correndo o risco de parecer defensora de lugares-comuns como “antigamente é que era bom”, o que não é o caso, tudo tem prós e contras, estes pensamentos doces surgiram por associação a uma antiga imagem alusiva ao verdadeiro chocolate para beber que aqui deixo como partilha.
O Inverno e alguma preguiça confessa trazem-nos destes encantamentos.

12 comentários:

carlos disse...

este chocolate poulin é agora propriedade da cadbury schweppes
e continua a existir como marca, nomeadamente o poulin 1848 (data da dua criação).

carlos disse...

adicionando comentário ao comentário, e por ter bebido muitos cacaus na ribeira, faço notar que:

o 'metro padrão' para um doce é o leite condensado.
é tanto melhor quanto mais parecido for com o dito, sendo que, já existindo o cujo não sei porque andam a perder tempo com invenções.
resumindo, melhor que leite condensado às colheres, só leite condensado à bisnaga.

quanto ao chocolate branco, só se chama chocolate por uma questão de facilitação da identificação e por, na realidade, ter cacau na sua composição.

quanto aos pós, obviamente depende do po que estamos a falar :)

teresa disse...

Estou sempre a aprender, referindo-se esta observação essencialmente ao chocolate bebível, feito com barra ou pó.
Quanto ao leite condensado e doces derivados, já fez os encantos pessoais, mas colocá-lo-ia, actualmente, no tal TTGP num modesto 7º lugar, embora haja efectivamente coinciências e tenha acabado de comprar uma lata, a pedido da jovem escoteira (e cá estou a fugir para o sub-blog), pois ela quer fazer hoje uma sobremesa para um almoço em casa de colegas:)(saudades é mesmo de um bom garibaldi da pastelaria roma)

carlos disse...

eu recomendo mesmo é um pastel de nata da marianita...
mas isto sou eu a falar...

gin-tonic disse...

Chocolate quente acompanhado com churros. Mas é um desgraçado não consegu encontar neste pedaço churros de jeito, como ele gosta, estaladiços, nada oleados. De certeza que haverá mas ele não conhece. Os melhores comeu-os na Galiza, mas não se deve voltar aos sítios onde se foi feliz...

teresa disse...

Hummm... só por ter lido os vossos comentários resta-me mesmo a medição do nível de glicémia :)

teresa disse...

... lá terá o chocolate quente de se converter em mais um projecto adiado:)

carlos disse...

ó gin...
essa ideia (generalizada) de não de voltar aos locais onde fomos felizes é das coisas abstronças que conheço...
devemos voltar aqueles onde fomos infelizes?
aos que nos foram indiferentes?

é mesmo àqueles onde fomos felizes que devemos voltar!!

gin-tonic disse...

A felicidade não tem história. Não acredita verdadeiramente na felicidade, mas acredita em momentos de felicidade, um pouco em consonância com a Yourcenar em “As Memórias de Adriano”: “na vida há momentos de felicidade.”
E são esses momentos que não se repetem, talvez até fosse uma chatice se repetidos. Claro que se pode e deve voltar aos sítios onde se foi feliz, mas não com o intuito de repetir a felicidade. É um pouco por isto que não gosta de “remakes” de filmes.
A frase aplicada em relação aos churros galegos ao voltar - e como ele gostaria de voltar à Galiza - não tem qualquer sentido, é despropositada. É o perigo das frases feitas. Por vezes saltam do teclado quando deveriam estar muito quietinhas.

teresa disse...

Li um livro (penso que não comercializado em Portugal)de um venezuelano com o título "Os Passos Perdidos". A narrativa também pretende transmitir a ideia de que quando se regressa a lugares de boa memória, a magia já não é a mesma, daí o título, tentando transmitir a ideia de "perda de tempo".
No entanto, já tenho voltado a locais onde fui feliz (isto até parece uma frase do Malato) e não me arrependi.

Anónimo disse...

Muito boa matéria, lindas fotos e excelente conteúdo.
Parabens
Já mandei para alguns amigos

Bruna

teresa disse...

Ficamos contentes quando apreciam este espaço.Volte sempre! (atrevo-me a falar em nome do colectivo):)