Natal do menino Jesus:deixando o sapatinho junto à chaminé, ainda só seríamos, na época, dois irmãos. As prendas só abertas na manhã seguinte eram deixadas por Jesus menino,referências ao velho das barbas só em fotos a preto e branco, hoje amarelecidas pelo tempo e guardadas no canto de uma gaveta. Nestas imagens datadas dos inícios de 60, os pequenos protagonistas posam junto ao gorducho de vermelho, perto da montra da "Quermesse de Paris" ali aos Restauradores ou ao lado da loja Panchito à praça de Londres. A numerosa família composta por pais, tios, primos, reunia-se na noite de consoada à luz das velas e todos pernoitavam como que em acampamento, prolongando-se a festa pelo dia seguinte.
Natal nos trópicosimprovisando um bolo-rei que só levava passas, a época era de austeridade e racionamento, alguns amigos reunidos em torno de uma mesa, os termómetros marcando 30 graus, o almoço de Natal convertido numa espécie de torre de Babel: passava-se o dia na praia partilhando pequenos bolos e bebidas geladas saídas da caixa térmica, os diálogos decorriam em vários idiomas e procurava-se não trazer lembranças de infância para que não nos sentíssemos nostálgicos.
Certamente que todos - mesmo os que o não valorizam - terão importantes memórias de Natal.
"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz.(Isaías 9:6)
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